Um milhar de vezes mais grave do que imaginam e menos do mínimo de atenção do que deveria ter. Milhares de pesquisadores estão a exaustivamente divulgar estudos que denunciam a catástrofe global resultante das mudanças climáticas que está logo ali alguns passos adiante e envolverá a quase todxs nós em suas consequências graves. Já não é mais sobre reduzir poluentes, é encerrar a parcela total das emissões. Não é mais parar o desmatamento, é encerrar todas estas atividades danosas e recompor o mais rápido os ecossistemas degradados. Não é mais cuidar dos rios e mares, é reviver seus elementos já mortos. Não é mais preservar as espécies, é desesperadamente tentar frear a desenfreada sexta extinção global massiva. Em outras palavras, é destruir as urbes e toda a sociedade capitalista industrial.
O décimo congresso da Internacional das Federações Anarquistas (IFA) ocorrerá entre os dias 4 a 7 de agosto de 2016 (quinta a domingo) em Frankfurt, na Alemanha.
O último congresso da IFA se realizou durante os Encontros Internacionais do Anarquismo de St-Imir (Suiça) em 2012. Esse Encontro, iniciado pela Federação Anarquista (FA), pela Federação Libertária das Montanhas (FLM) e Espaço Noir (St-Imier), reuniu dezenas de anarquistas de todo o mundo para debates, consertos, filmes, exposições, oficinas e mesas redondas.
O sucesso do evento muito se deve não só pela atuação dos membros da FA, da FLM e do Espaço Noir, mas também pela participação da IFA e da rede Anarkismo. Essa participação permitiu que todas as “famílias” do anarquismo fossem representadas. Delegações vieram de todos os continentes. Essas reuniões serviram para formar redes estruturadas de conhecimento e solidariedade, que tomaram forma em vários projetos.
Depois do Encontro, a IFA participou, apoiou e/ou iniciou os Encontros Anarquistas Mediterrânicos (Túnez, Grécia), Encontros Anarquistas dos Balcãs (Grécia, Eslovêna), Encontros das Rádios Anarquista (Eslovênia, Alemanha), etc.
A Internacional de Federações Anarquistas (IFA) aprovou a criação da Federação Anarquista da América Central e do Caribe (FACC), e dos anarquistas em Cuba particulamente.
A IFA apoia as lutas revolucionárias em Rojava (Curdistão sírio).
A IFA também tem mantido relações estreitas com os anarquistas do México, Brasil, Chile, Perú e da América Latina no geral. Essas relações ajudaram na iniciação de um processo anarquista federalista no Brasil.
Isso se traduz na adesão a IFA da Liga Anarquista de Rio de Janeiro (LIGA-RJ), da Federação Anarquista do México (FAM) e da Federação Anarquista Local de Valdivia-Chile (FALV). Esses membros serão validados no próximo congresso.
Nesse congresso, além da recepção dos novos membros e reflexões sobre o desenvolvimento da Internacional de Federações Anarquistas (IFA), se analisará a situação econômica e social no geral, as questões relacionadas com a situação de pessoas refugidas, políticas de guerra interna e externa e sobre o nacionalismo. Se dará ênfase na questão feminista e, em particular, na aplicação do “espaço seguro”.
No dia 22 de novembro de 2015 fui até o espaço da cerveja Raízes encontrar alguns amigos midiativistas que participam de um movimento de cerveja artesanal. Mais que uma alternativa ao milho transgênico da AMBEV e outras grandes marcas transnacionais, a cerveja artesanal também revela um potencial de trabalho cooperativado que se coloca como mais uma prática autogestiva, de faça você mesmo, e que pode revelar outras formas de produzir, distribuir e auto sustentar.
Entre conversas, brassagens e degustações, passamos a tarde papeando sobre como tomar os meios de produção, desmistificar o tecnicismo produtivo, resignificar a logística de distribuição, e principalmente compartilhar o processo de produção como uma alternativa de sustentabilidade aos movimentos sociais e resistências comunitárias.
Saúde!
Victor Ribeiro: O que é a Cerveja Raízes?
Ernesto: É a forma que encontramos de tomar os meios de produção pra nós. Todos nós do coletivo somos midiativistas, e pensamos em criar uma cooperativa de cerveja para buscar nossa autonomia econômica e também poder financiar nossa ação com a comunicação. Com a intenção de quebrar com o monopólio capitalista de produção de cervejas mas também como uma forma de sobrevivência. E sobretudo construir uma plataforma pra mostrar para as pessoas que não é tão difícil fazer a própria cerveja. É importante que outras pessoas também consigam produzir e possam ter na produção artesanal na cerveja alguma alternativa econômica.
Vermelha do sangue dos indígenas massacrados desde o tempo dos descobrimentos, até hoje pelos jagunços dos pecuaristas e das mineradoras. Vermelha do sangue dos povos africanos escravizados até o século 19 e até hoje marginalizados, violentados e assassinados pela polícia. Vermelha do sangue daquelas pessoas que lutaram pela liberdade e foram brutalmente torturadas e assassinadas por governos autoritários como o dos militares, apoiados pelas elites e pela grande imprensa. Vermelha do sangue das mulheres e homossexuais vítimas do patriarcado e do machismo. Vermelha do sangue de todas pessoas (até crianças) que foram sumariamente executadas pelas polícias ou milícias que agem em nome das “pessoas de bem”.
Em tempos de crise política no Brasil, vemos uma intensa polarização no debate que se resume a coxinhas e petralhas, esquerda institucional ou direita liberal/conservadora, golpe ou democracia, poder ou poder(?).
No entanto a realidade mostra que a esmagadora maioria da população não se encaixa em nenhum dos dois lados e está a margem da discussão.
Do favelado que tem mais o que fazer pra botar comida em casa ao taxista classe média, que sequer pode pensar em parar de rodar para fazer política.
Será que não era a hora de colocar a realidade do quadro político em xeque? As instituiçoes estão a beira de um colapso. A presidenta não governa mais, escolhe um investigado em operação da federal para assumir um cargo de ministro, apenas pelo foro privilegiado fugindo assim de um juiz federal tresloucado, que faz o que bem entende.
O STF acovardado, faz vista grossa aos atos de tal juiz e no entanto se prepara para assumir os holofotes, pois é lá que essa grande palhaçada vai terminar.
Os sindicatos, movimentos sociais e organizações estudantis em sua grande maioria cooptados e com interesses eleitorais.
O senado e a câmara dispensam comentários. Enquanto o pau quebra na dicussão coxinha ou empadinha, aprovam leis que certamente irão provocar um enorme retrocesso para a sociedade em muito pouco tempo. Da não rotulagem de transgênicos a tipificação de terrorismo.
Dito isso, vamos ao que interessa:
Porque num momento como esse não se vê intelectuais, artistas, cientistas políticos ou economistas falando do momento de degradação moral e estrutural por qual passam todas as intituições do país? Porque continuamos alimentando essa palhaçada, como se a representatividade fosse a única saida?
Não é!
Está mais do que na hora de darmos um passo a frente. De incluir a DEMOCRACIA DIRETA nessa discussão.
Chega de representantes, chega de líderes, chega de presidentes e parlamentares.
A saída pra crise não é na economia nem na política institucional. A saída pra crise é auto organização do povo. É dar ao povo o que lhes é de direito: o controle sobre suas próprias vidas.
Mas aí eu me pergunto: Aonde estão os anarquistas? Perdidos em meio a essa polarização e a essa falsa dicotomia política, com certeza.
Onde estão as organizações anarquistas, que num momento como esse se acovardam, com medo de PARECER estar do lado do governo ou da oposição?
Algumas continuam com seu trabalho de base nas favelas e comunidades, o que é louvável, mas param por aí.
Outras se preocupam mais em fazer “campeonatos” para ver quem leu mais Bakunin e quem leu mais Proudhon, não que a teoria e o debate entre nós seja fator ruim, mas é preciso tencionar o nosso discurso para fora das rodas anarquistas, para a linguagem que o povo entenda, dialogar para fora da zona de conforto anarquista.
Especifistas vs Sintetistas pra mim é exatamente a mesma coisa que Dilma vs Aécio, o anarquismo é plural, tem diversas formas ditas e não ditas, o anarquismo é diferente e é por isso que não se limita e se torna lindo, o anarquismo é simplesmente anarquismo e ponto.
Não é hora de se acovardar. É hora de trazer ao menos a discussão à tona.
Esquecer as diferenças e ridicularizar os três poderes como eles merecem ser ridicularizados. De mostrar que existem soluções para fora da representatividade e que elas não são utopias.
Tencionemos a corda, precisamos dar uma resposta a altura do que está e vem acontecendo e o momento não é de silêncio e sim de marcar posição com a bandeira negra mostrando mais um caminho para o povo sem dizer o que ele tem que fazer e sim dizendo que estamos aqui para contruir juntxs marchando ombro a ombro!
Nós estamos com o povo, pois nós também somos o povo!