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(COMUNICADO) Ação Revolucionária Anarquista – DAF

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Ação Revolucionária Anarquista – DAF

Golpe é o Estado, a Revolução é Liberdade!
17 de Julho de 2016 – Turquia

O golpe de Estado, que tem sido uma realidade inevitável da presença do Estado neste território desde o golpe militar de 1980, surgiu após 36 anos, na noite de 15 de Julho 2016. Muitos edifícios do Estado foram bloqueados por algumas horas durante a mobilização militar baseada em Istambul e em Ancara. O golpe começou com uma exibição aérea de caças em Ancara, bloqueio de pontes em Istambul por soldados, e continuou com o sequestro do chefe das forças armadas e o som de tiros de tanques nas ruas. Muitos edifícios estatais foram alvejados por F16 e helicópteros, incluindo o edifício do parlamento e da sede da Organização Nacional de Inteligência; houve confrontos armados em muitos lugares entre soldados e policiais. Na sequência dos acontecimentos, a transmissão do canal estatal de tv foi cortada e a declaração de golpe assinada pelo “Conselho de paz nacional’ foi lida. Quando terminaram as “Golpe de 5 horas”, mais de cem soldados, mais de oitenta policiais e mais de oitenta manifestantes anti-golpe morreram. 2.839 soldados, entre eles muitos do alto escalão, foram levados sob custódia.

Durante este período de 36 anos, o golpe tem sido uma ferramenta de opressão política, violência e repressão usado como uma ameaça pelo exército inúmeras vezes. Sem dúvida, para nós, os oprimidos, o golpe significa tortura, repressão e massacre dos povos neste território nestes períodos. É evidente que uma estrutura que retira seu poder dos massacres que realiza, continuaria a realizar massacres em nome de  “proteger a unidade indivisível do país”. O recente golpe é o resultado de grupos de poder lutando por poder dentro do Estado. Talvez, a existência oculta de grupos de poder fora do Estado empurra a sua definição para uma escala mais ampla. No entanto, não há duvidas de que aqueles que reforçaram seu poder após este golpe de 5 horas são o governo atual e o chefe de Estado.

A noite que começou como um golpe militar foi transformado em um “feriado da democracia”, enquanto o poder do Estado ganhou o controle. O Partido do governo, AKP, ganhou o título de “repeli um golpe de Estado”, com sua vitória contra o golpe, em soma de sua legitimidade sobre seu ” ter sido eleito “. Durante toda a noite, todos os canais de TV fizeram transmissões que serviram a esta vitória e fizeram propaganda da ilusão da democracia personificada em Tayyip Erdogan. Esta propaganda também foi feita de forma contínua pelas mídias conhecidas como opositoras. Nesta luta pelo poder do Estado, a mídia não só tomou o lado de Tayyip Erdogan, como também desempenhou o papel de canalizar as pessoas a ir para as ruas

Tanto quanto os meios de comunicação, os partidos de oposição no parlamento que não pouparam o seu apoio ao AKP desde o início deste processo; caíram então na armadilha de “recusar a outros de fazer política” do poder do Estado. Sua postura de “tomar partido com a democracia contra o golpe” como uma máscara de sua ignorância política. Isto indica claramente que a curto prazo, eles não vão mobilizar outras políticas para além das políticas estatais.  Definindo aqueles que “vão morrer quando Tayyip Erdogan disser para morrer, atirar quando ele disser que para atirar”, enchendo as praças com slogans de “queremos pena de morte”, como “apoiadores da democracia” focados em linchar  qualquer pessoa com quem cruzarem ; Não é este um sinal de estagnação política dos mesmos partidos de oposição?

Com este golpe e a vitória do contra o golpe, AKP tem agora o ambiente que necessita para criar a transformação ideológica na sociedade. Os “50% que com dificuldades se mantiveram em casa”, que eram apresentados como ameaça por Tayyip Erdogan durante os protestos de Gezi, estavam nas ruas. A cultura fascista que é uma parte importante da transformação ideológica tomando lugar a partir do sistema do direito à vida social, acordou com os mobilizados pelo Estado para as ruas. Não só isso, eles foram disfarçados como pessoas que tentaram manter seu poder de democracia… Não é difícil adivinhar como essas “mobilizações democráticas” vão oprimir muitas pessoas de diversas maneiras em lugares diferentes. Já ouvimos notícias de atividades de linchamento contra aqueles que não tomam lados com o poder reforçado do Estado.

Esta luta de grupos tentando adquirir o poder do Estado que opera em cima de crescente injustiça econômica e política não é nada além  do perpetuar de autoridade de opressores sobre o oprimido, a fim de destruir a liberdade dos oprimidos. Não há dúvida de que nem a ditadura visível ou invisível, nem os militares das estruturas civis, nem o golpe de Estado, nem as eleições de poderes políticos que são o inimigo do povo, tem alguma coisa a ver com a vontade do povo. Nós, que acreditamos que uma vida livre não pode ser criada por golpes ou eleições, reconhecemos a existência do Estado como um golpe à liberdade e nossa revolta continuará até que crie um mundo livre. O Estado é o golpe, revolução é liberdade. O que todos nós necessitamos não é ter esperança nas lutas entre autoridades, mas é saber que a esperança é a revolução pela liberdade”

Traduzido pela RIA, texto original de Devrimci Anarşist Faaliyet (DAF), extraído de Devrimci Anarşist Faaliyet e International of Anarchist Federations

 

(Comunicado) Congresso da Internacional de Federações Anarquistas | IFA

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O décimo congresso da Internacional das Federações Anarquistas (IFA) ocorrerá entre os dias 4 a 7 de agosto de 2016 (quinta a domingo) em Frankfurt, na Alemanha.

O último congresso da IFA se realizou durante os Encontros Internacionais do Anarquismo de St-Imir (Suiça) em 2012. Esse Encontro, iniciado pela Federação Anarquista (FA), pela Federação Libertária das Montanhas (FLM) e Espaço Noir (St-Imier), reuniu dezenas de anarquistas de todo o mundo para debates, consertos, filmes, exposições, oficinas e mesas redondas.

O sucesso do evento muito se deve não só pela atuação dos membros da FA, da FLM e do Espaço Noir, mas também pela participação da IFA e da rede Anarkismo. Essa participação permitiu que todas as “famílias” do anarquismo fossem representadas. Delegações vieram de todos os continentes. Essas reuniões serviram para formar redes estruturadas de conhecimento e solidariedade, que tomaram forma em vários projetos.

Depois do Encontro, a IFA participou, apoiou e/ou iniciou os Encontros Anarquistas Mediterrânicos (Túnez, Grécia), Encontros Anarquistas dos Balcãs (Grécia, Eslovêna), Encontros das Rádios Anarquista (Eslovênia, Alemanha), etc.

A Internacional de Federações Anarquistas (IFA) aprovou a criação da Federação Anarquista da América Central e do Caribe (FACC), e dos anarquistas em Cuba particulamente.

A IFA apoia as lutas revolucionárias em Rojava (Curdistão sírio).

A IFA também tem mantido relações estreitas com os anarquistas do México, Brasil, Chile, Perú e da América Latina no geral. Essas relações ajudaram na iniciação de um processo anarquista federalista no Brasil.

Isso se traduz na adesão a IFA da Liga Anarquista de Rio de Janeiro (LIGA-RJ), da Federação Anarquista do México (FAM) e da Federação Anarquista Local de Valdivia-Chile (FALV). Esses membros serão validados no próximo congresso.

Nesse congresso, além da recepção dos novos membros e reflexões sobre o desenvolvimento da Internacional de Federações Anarquistas (IFA), se analisará a situação econômica e social no geral, as questões relacionadas com a situação de pessoas refugidas, políticas de guerra interna e externa e sobre o nacionalismo. Se dará ênfase na questão feminista e, em particular, na aplicação do “espaço seguro”.

Saudações Libertárias,

Secretaria da IFA

http://i-f-a.org

(IFA) Comunicado da International de Federações Anarquistas | Dezembro de 2015

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A reunião da Internacional de Federações Anarquistas (IFA) em Milão (28/29.11. 2015) reafirma sua oposição a todas às guerras e exércitos.

São os Estados que vendem as armas que vão exterminar a população no futuro. Intervenções militares, sejam diretas ou indiretas, são uma das principais causas de desestabilização social em regiões do mundo (por exemplo, Líbia, Síria, Iraque, Somália, etc.). Estas intervenções favorecem grupos armados, estruturas mafiosas e tráfico de exploração.

As populações civis que sofrem com esses conflitos são obrigadas a fugir, refugiando-se em acampamentos precários ou tentar a sua sorte em muitas viagens mortais e perigosas para a Europa.

Expressamos nossa solidariedade com os imigrantes que estão chegando na fortaleza Europa para fugir da guerra, de situações económicas insurportáveis e condições desumanas.

Sentimentos nacionalistas e a normalização do militarismo estão em ascensão em resposta a uma combinação de migração em massa, ataques terroristas e guerra.

Nós opomos fortemente a esse processo e lutaremos por um mundo sem fronteiras e Estados.

Estados utilizam a guerra em seus próprios territórios para identificar um inimigo dentro que, então, precisa ser reprimido, e colocam em prática um estado exceção e leis de emergência. Na verdade, isso serve para atacar os movimentos sociais e da liberdade das pessoas. Essa situação também está sendo usada para reforçar as medidas de austeridade.

Lutamos contra a violência religiosa e estatal. Nós não aceitamos convites à formação da “unidade nacional” em nome de uma guerra contra o terrorismo.

Nós conhecenhos os nossos verdadeiros inimigos, eles são:

  • nationalismo;
  • fundamentalismo religioso;
  • opressão capitalista;
  • militarismo;
  • racismo;
  • Estado.

Nessa situação nós oferecemos nosso apoio a todas as vítmas da violência religiosa e estatal ao redor do mundo. Nós convocamos as populações para resistir à propaganda xenofóbica e para construir novas formas de solidariedade.

International de Federações Anarquistas, Milão, 15 de Novembro, 28/29.

Original em inglês.

(Rio de Janeiro) Programação do I Fórum Geral Anarquista no Brasil

Local do evento: Sindicato dos Petroleiros (SINDIPETRO) | Endereço: Avenida Passos, 34, Centro, Rio de Janeiro

| QUINTA-FEIRA | 4 de junho | Primeiro dia |

(A partir das 9 horas) Chegada e alojamento

(18:30h) Conferência de Abertura: Federalismo Anarquista

| SEXTA-FEIRA | 5 de junho | Segundo dia |

(09:00 a 12:30h) Roda de Conversa I: Conjuntura nacional e internacional

(12:30 a 13:00h) Intervalo para Almoço

(13:00 a 18:30h) Grupos de Discussão: Pedagogia Libertária | Privacidade Web/celular | Assembleias Populares Horizontais no Rio de Janeiro | Comunicação comunitária/Resistência Favelada

(18:30 a 19:00h) Intervalo para Descanso

(19:00 a 21:30h) Roda de Conversa II: Gêneros, sexualidades e Anarquismo

| SÁBADO | 6 de junho | Terceiro dia |

(09:00 a 12:30h) Roda de Conversa III: Anarquismo nas regiões brasileiras e na América

(12:30 a 13:00h) Intervalo para Almoço

(12:40 a 13:30h) Lançamento do Livro Anarquismo é Movimento – Anarquismo, Neoanarquismo e pós-anarquismo de Tomás Ibáñez e bate-papo com Sérgio Nobre, tradutor do mesmo

(13:30 a 19:00h) Fórum Geral: Cartas e relatorias

(19:00 a 21:30) Feira da Autogestão, com participação de diversos indivíduos, coletivos e organizações de todo Brasil e de outros países

| DOMINGO | 7 de junho | Quarto dia |

Dia livre para trocas e conversas

Partida dos indivíduos e coletivos participantes do Fórum

(12:30 a 13:00h) Almoço

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Cronograma do I Fórum Geral Anarquista

Apresentação

O I Fórum Geral Anarquista é aqui considerado como espaço de encontro, conversas, análises, discussões, registros, trocas, sugestões, celebrações. Notadamente, este fórum que realizaremos no Rio de Janeiro terá uma estrutura vertical e uma horizontal. Na forma vertical, uma pauta pré-definida, de convergência e atenção comuns, será pensada e debatida por todos numa Conferência de Abertura, cuja apresentação se dará por meio de mesa com conferencistas exibindo seus estudos-experiências e o público, logo em seguida, realizando considerações ou questões. Em formato misto, as Rodas de Conversas serão constituídas de duas pessoas responsáveis pela relatoria e equilíbrio entre tempo-audição enquanto todos os integrantes de cada Roda abordam temas macro (também pré-definidos) de forma horizontal. A estrutura horizontal contará com os Grupos de Discussão que poderão ser propostos pelos indivíduos e coletivos que participarão do fórum. Em cada Grupo, um de seus proponentes fará relato do que for discutido, para que no último dia de debates possamos realizar o Fórum propriamente dito, onde, com apoio e assistência de coletivos realizadores do evento, serão apresentadas as relatorias das rodas de conversa e dos grupos de discussão. Será um momento importante para propostas dos participantes e mesmo a elaboração de uma ou várias cartas sugeridas.

Ao término do evento, realizaremos a Feira da Autogestão, espaço que se destinará à apresentação de iniciativas autogestionárias e a troca de experiências entre seus idealizadores. Sendo assim, todo e qualquer indivíduo/coletivo que produz material (alimentos e bebidas, conteúdo gráfico, editoras, bazares, feiras agrícolas/orgânicas, etc) ou que incentiva/defende/pensa a autogestão pelo viés libertário terá neste espaço a oportunidade de apresentar seus trabalhos.

Objetivos do Fórum

Promover o encontro de anarquistas no Brasil que possuem inclinação federalista; trocar experiências e conhecer estudos realizados por companheiros e companheiras país adentro; equalizar entendimentos; acordar e realizar ações pontuais locais e/ou gerais; pautar as questões de gênero e sexualidade no campo anarquista; analisar e discutir a conjuntura social, econômica e política brasileira e mundial (crise econômica, terrorismo de estado, perseguição política, arrocho dos trabalhadores, criminalização política e jurídica da pobreza, crise da água, segurança/auto sustentabilidade alimentar e energética, especulação imobiliária, manutenção dos latifúndios rurais, autogestão e descentralização das mídias, movimentos sociais, movimentos populares, sindicalismo, centros de cultura social); conhecer e conversar sobre o federalismo anarquista e elaborar passos efetivos para criação de uma federação ou federações regionais anarquistas.

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O I Fórum Geral Anarquista é realizado pela Liga Anarquista no Rio de Janeiro

Apoio do Núcleo Pró-Federação Libertária de Educação (EL) e Instituto de Estudos Libertários (IEL) 

Divulgado pela Internacional de Federações Anarquistas (IFA) e pelas federações que a compõem

Cobertura da Rede de Informações Anarquistas | De baixo para cima, ria você também!

Campanha e mobilização anarquista internacional para o G7 – 2015

Entre os dias 7 e 8 de Junho de 2015, líderes das maiores potências econômicas do planeta irão se reunir na cúpula do G7, na Bavaria, Alemanha. Com o anúncio, a FDA (Föderation deutschsprachiger Anarchist*innen), a federação que reúne anarquistas na Alemanha e na Suiça, associada à International of Anarchist Federations (IFA) está organizando, em parceria com a Aanarchist Federation Rhein/Ruhr (AFRR) e outros grupos do interior da Bavaria uma grande chamada internacional de mobilização e ação em torno da pauta que será apresentada nesses dias de reunião.

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“Esmague o Capitalismo”

Boa parte da pauta do G7 até agora divulgada gira em torno de questões ambientais e de saúde pública, especificamente da situação do Ebola. Porém, especula-se que temas como austeridade e o agravamento da crise financeira nos países ocidentais, em especial na União Européia, também terão espaço nas reuniões do evento. Recentemente, em Frankfurt, mais de 10 mil pessoas protestaram contra a inauguração da nova cede do Banco Central Europeu na cidade alemã e demonstraram força e resistência contra os ataques da polícia (imagens abaixo).

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Para mais informações (em alemão), acesse a seção sobre o G7 organizada no site da Federação Anarquista Alemã aqui.