Category Archives: Comunicado

(Texto) “Lutando no Brasil: Sobre grandes mobilizações e o que fazer quando a fumaça se dissipa”, pela Facção Fictícia

Sai o novo texto concebido pelo coletivo Facção Fictícia, intitulado “Lutando no Brasil: Sobre grandes mobilizações e o que fazer quando a fumaça se dissipa”. O texto traz análises de vários coletivos de diferentes regiões do Brasil, sendo sintetizado e redigido pelo grupo. Diversos questionamentos e análises sobre as lutas em território brasileiro e os processos que vem acontecendo no mesmo desde 2013 estão inscritos nas 68 páginas do livreto.

Vale a pena dar uma conferida. Abaixo, segue a sinopse da publicação contida no site da Facção Fictícia e o link para baixar a versão digital.


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“Muitas pessoas no meio anarquista dependem de uma narrativa triunfante, na qual caminhamos de vitória em vitória até o momento em que atingimos algo que realmente valha a pena. Mas os movimentos também têm seus ciclos de vida. Eles inevitavelmente atingem um auge e vão ao declínio. Se nossas estratégias se baseiam apenas em um crescimento infinito estaremos nos condenando a uma derrota inevitável. Isso vale também para as narrativas que determinam nossa moral”

After the Crest” – Crimethinc. Ex-workers Collective, 2013

As ondas de protestos que emergiram em 2013 contra o aumento das passagens no transporte coletivo desafiaram a ordem e o ruído fúnebre das suas cidades. Elas convidaram uma geração inteira para as ruas, promovendo encontros e alianças que seguiram influenciando outras lutas e que podem influenciar  as próxima ondas de agitação. Esses eventos foram ouvidos por todo o planeta da mesma forma como também foram influenciados pelos diversos levantes deflagrados em outros continentes e países de diferentes contextos.

No entanto, a vitória que barrou o aumento em diversas cidades e não levou ao fim da tarifa nem conseguiu ir muito além da questão do acesso à cidade de uma forma realmente radical. Muitos grupos tentaram transformar os protestos num mar de outras causas, mas quase todas elas em sintonia com as reformas que constam na agenda das elites e que passaram a ser sugeridas pela própria mídia burguesa. Em 2014 veio a resistência contra realização da Copa do Mundo FIFA e em 2015, várias cidades tiveram aumentos ainda maiores do que os de 2013 e nenhum deles foi revogado depois de semanas de protestos nas ruas.

De economia em crescimento, que trouxe milhões de pessoas da miséria para dentro dos níveis de consumo de uma versão precário de “classe-média”, o Brasil entrou agora em uma fase de políticas de recessão e cortes em benefícios sociais. Um emergente com sintomas de doença de país rico. A grande diferença é que os números da miséria e o abismo entre ricos e pobres são absurdamente maiores que os de uma Europa em crise. Além de uma crise financeira, a falta de água nos reservatórios e a seca dos rios está colocando grande parte do sudeste brasileiro frente ao que já pode se tornar maior crise hídrica de sua história.

Em 2013 o Estado se desdobrava para estudar e conter a impressionante difusão de formas mais ou menos organizadas de luta, principalmente táticas radicais como a dos Black Blocs, que surgiu e foi usada em inúmeras cidades. No ano seguinte, a Copa do Mundo foi o golpe final e o pretexto que faltava para uma rearticulação completa das formas de reprimir e criminalizar o protesto e os movimentos sociais. Para conter a organização e o protesto de quem denunciava as fraudes, a violência policial, os desalojos e as leis de exceção necessárias para a realização de um mega-evento mundial, foram oficialmente abertas as portas para um estado de exceção permanente cujo inimigo maior é sua própria população. Agora, com o fantasma da crise tanto financeira quanto de recursos hídricos – quando os níveis dos reservatórios de água da sua maior cidade chegam a 10% de sua capacidade total – o Estado e suas forças armadas discutem abertamente como conter uma população em revoltas generalizadas. Desemprego em massa, migrações forçadas, epidemias e como conter distúrbios civis em caso de total falta de água e alimentos estão nos painéis de discussões e na pauta dos comandos militares e agentes de segurança.

Outros momentos de pico das lutas sociais vieram antes e muitos ainda virão. Compreendemos que as vitórias alcançadas em 2013 nos levaram a um novo momento político onde muitas pessoas se sentiram empoderadas para tomar partido e se organizar. Ao mesmo tempo, um novo terreno foi criado pela repressão de Estado cada vez mais dedicado à contra-insurgência diante de um horizonte de crises econômicas e ambientais que ameaçam tomar o país.

Não será um único levante ou causa específica que vai trazer abaixo toda opressão de um sistema, mas também não será apenas mostrando de forma teórica e didática as contradições e violências de uma sociedade que conseguiremos trazer pessoas para o nosso lado das barricadas. Aliás, será preciso construir muitas outras coisas mais duráveis do que barricadas se quisermos compartilhar e disseminar formas de resistência e organização anti-capitalista e anti-autoritária para sobrevivermos aos tempos de crises e leis de exceção. Para tanto, é preciso praticar, demonstrar e comunizar soluções anarquistas para os problemas que temos agora e os que forem surgindo nos próximos anos. Soluções radicalmente libertárias que satisfaçam nossas necessidades imediatas mas que sejam condizentes com nossos objetivos a longo prazo. Que nos preserve do olhar e das operações policiais mas que estejam acessíveis a todxs que precisam se organizar.

É partindo dessa perspectiva que apresentamos esse projeto, LUTANDO NO BRASIL – Sobre grandes mobilizações e o que fazer quando a fumaça de dissipa. A organização e a primeira parte do texto foram feitos em São Paulo e não pretendem ser a melhor visão geral ou definitiva dos acontecimentos. Mas uma contribuição que analisa o todo sem esquecer de onde constrói sua perspectiva. Esse é o primeiro capítulo de uma série de publicações que, para dar poder aprofundar e compartilhar diferentes formas de ver e agir em cada lugar, conta com textos escritos por pessoas e coletivos de diferentes estados do país a pensar e compartilhar experiências, questões e soluções para lutas anti-capitalistas de agora e que virão.

(Campanha) Colabore com a Editora Punho Cerrado na Publicação do Livro “Pedagogia da Desmularização”

Colabore com a editora artesanal Punho Cerrado para a publicação do livro Pedagogia da Desmularização através do site da Catarse (basta clicar no link). Dependendo da colaboração, a pessoa irá receber da editora não só o livro, como também outros produtos do coletivo, como stickers e lambe-lambes. Abaixo segue o comunicado da campanha.


A editora artesanal punho cerrado é destinada a literatura libertária com a confecção de zines, livros artesanais, lambe-lambe , stickers, etc.

O projeto não tem somente como objetivo a publicação do livro Pedagogia Da Desmuralização mas também a arrecadação de fundos para a compra de um impressora “EPson K101” que só com ela se realizará a publicação do mesmo.

O livro:

PEDAGOGIA DA DESMURALIZAÇÃO é um estudo educacional que parte dos princípios da pedagogia libertária e da descolorização, faz uma dura critica ao atual sistema educacional que enjaula indivíduos entre muros visando apenas a manutenção da mão de obra para o grande capital. O livro faz uma comparação da educação prussiana que recebemos hoje com a escola libertária dentro e fora de sala e ainda a educação em uma sociedade utópica. A pedagogia da desmuralização também oferece uma nova ou não tão nova maneira de se aprender baseada nos princípios libertários.

Recompensas

  • livro impresso
  • ebook do livro
  • sticker:

  • lambe-lambe:

Orçamento

  • 13% taxas catarse
  • 72% impressão dos livros /recompensas
  • 15% correios

(Angola) Presos políticos iniciam greve de fome em Angola

Em Junangolaho, foram presos em Luanda 15 ativistas cívicos. Os jovens estavam reunidos numa residência particular com o objectivo de lerem e discutirem um livro sobre técnicas de ação não violenta visando a substituição de regimes ditatoriais.

Alguns destes ativistas tornaram-se conhecidos nos últimos anos ao darem o rosto, em diversas manifestações, a favor da democratização e pacificação de Angola, e de um desenvolvimento social mais justo. Tais manifestações foram sempre duramente reprimidas pela polícia.

O governo angolano acusou os jovens de atentar contra a ordem pública e segurança de estado. Num discurso público, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos veio caucionar a acusação, associando-a ao que se passara com os trágicos acontecimentos de 27 de Maio de 1977.

Pessoas detidas por tentativa de golpe de Estado são, naturalmente, presos políticos.

Pouco depois de o Tribunal Supremo ter negado o pedido de Habeas Corpus requerido pela defesa, cumpriram-se 90 dias desde a prisão dos jovens. 90 dias em solitária, em condições precárias para a sua saúde física e mental. Foi, assim, esgotado o primeiro prazo normal e o segundo excepcional de prisão preventiva, sem que a Procuradoria Geral da República comprovasse os crimes de que são indiciados.

À meia noite do dia 21 de setembro, Domingos da Cruz, Inocêncio de Brito, Luaty Beirão e Sedrick de Carvalho tomaram a decisão extrema de iniciar uma greve de fome. De acordo com a sua vontade, este protesto só terminará quando forem soltos, sendo que o estado de saúde dos ativistas é bastante preocupante. A situação é de enorme angústia para os familiares e amigos dos jovens democratas e para todas as pessoas comprometidas com a democracia e a liberdade. Dado o delicado estado de saúde de alguns deles, devido a um tratamento médico deficiente e a várias carências alimentares, uma greve de fome pode vir a representar uma ameaça às suas vidas.

Caso as autoridades não reajam atempadamente, as consequências desta greve de fome poderão ser trágicas. Silenciar é compactuar com a injustiça.

Exigimos que se façam todos os esforços para preservar a vida e a saúde de todos os presos políticos. Exigimos que se quebre o silêncio. Exigimos Liberdade e respeito pelos Direitos Humanos em Angola.

Exigimos Justiça.

A situação é urgente. Nenhuma pessoa pode sentir-se livre sabendo que há, algures, outras pessoas presas por sonharem com um mundo mais justo. Nós partilhamos desse mesmo sonho que levou os jovens à cadeia, o mesmo sonho que agora pode custar-lhes a vida.

Liberdade já!

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(Cuba) Campanha de crowdfunding visa arrecadar fundos para criar Centro Social Libertário em Cuba

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C o m u n i c a d o

As fronteiras estão se abrindo depois de muitos anos, e as mudanças em Cuba auguram novas possibilidades e perigos para a sociedade cubana. Se torna imprescindível, pois, reforçar o trabalho de quem desde Cuba defende um olhar crítico, anticapitalista e antiautoritário ao sistema-mundo, o mesmo que cada dia se expressa com mais clareza na vida nacional.

Depois de mais de uma década de ativismo social e político no Observatório Crítico Cubano, e cinco anos de trabalho como parte do Taller Libertario Alfredo López (TLAL), pudemos identificar como principal dificuldade para nosso desempenho e a ampliação de nosso impacto social, a carência de uma sede fixa, que nos permita construir comunidade e configurar nossa identidade de maneira mais sólida e duradoura.

Quem somos?

O TLAL é um coletivo especificamente anarquista, que tem mantido uma atividade sistemática nos últimos anos, radicalizando suas propostas e mantendo uma ancoragem firme na sociedade cubana e suas comunidades. Temos conseguido em curto tempo estabelecer anualmente as Jornadas Primavera Libertária de Havana, onde buscamos fazer confluir o pensamento e a ação anarquista ou libertária na ilha. Ademais, emitimos um modesto periódico em versão impressa,¡Tierra Nueva!, com o que tentamos não sem dificuldades fazer chegar nosso olhar contestatório às pessoas comum, essa que é maioria e não tem acesso a Internet em Cuba, assim como também promover o ideal libertário, anarcossindicalista, e naturista, presente na história do país antes do triunfo insurrecional de 1959, e cujo impacto pulsa escondido nos interstícios da Cuba de hoje.

Por outro lado, um dos principais empenhos organizativos em que nos empenhamos tem sido a fundação em março deste ano, junto a outros compas da região, da Federación Anarquista de Centroamérica e o Caribe, rede que contêm uma grande potencialidade de expansão e desenvolvimento.

Manter este ritmo de projetos e ações requer de um espaço físico onde poder confluir, ensaiar na prática mostras de solidariedade, cooperativismo, horizontalidade, auto-organização, e autonomia.

Quê buscamos?

Dada a impossibilidade em Cuba de alugar um local, a opção que propomos é comprar um imóvel, casa ou apartamento, para fundar nosso Centro Social e Biblioteca Libertária.

Ademais de ser sede permanente do Taller Libertario Alfredo López, para celebrar reuniões de trabalho e outras atividades, o local acolherá uma Biblioteca Libertária. Esta será formada com os materiais que durante anos temos acumulado, produto de doações nacionais, internacionais, ou compras pessoais. Se incluirá todo tipo de publicações físicas ou digitais, tanto periódicas como únicas, discos compactos (CD-ROM) e DVD, filmes, áudio, etc. Se privilegiará aqueles referidos direta ou indiretamente com o anarquismo, mas também estarão presentes outros tópicos relacionados com as lutas sociais ao longo da história, desde qualquer perspectiva política ou área de criação.

Por outro lado, no espaço se desenvolverão ações próprias de um Centro Social: palestras, eventos, reuniões, comidas coletivas, apresentações de textos, festas, vídeo-debates, encontros com visitantes estrangeiros ou nacionais de outras províncias, concertos, leituras, exposições, atividades produtivas, entre outras.

Quanto necessitamos?

Para a compra do local necessitamos no total 12.000 euros. Não obstante, em nossa recente visita à França e Espanha, graças à solidariedade de compas libertários, conseguimos coletar algo mais de 1.000 euros. É por isso que, para o presente crowdfunding, estamos solicitando contribuições para chegar aos € 11.000 (onze mil euros).

Por quê pedimos?

Porque não recebemos financiamento de nenhum Estado, instituição oficial, ou ONG. Tampouco desejamos recebê-la, a fim de garantir nossa total independência e não subordinação a agenda externa alguma. Em ocasiões temos recebido doações de coletivos e pessoas afins a nossos princípios, de maneira desinteressada e incondicional. Tampouco nossas práticas geram lucro de nenhum tipo, muito pelo contrário. É sabido, ademais, que com o salário médio dos cubanos (20 USD mensais), é impossível cobrir o altíssimo custo de uma moradia em Cuba, que nenhum trabalhador honrado, sem explorar o trabalho de outros, pode custear.

Quem receberá o benefício direto do trabalho do Centro Social e Biblioteca Libertária?

Primeiramente, a totalidade dos que integram o TLAL, e que trabalham sem nenhuma remuneração nesse espaço, entre eles, as pessoas que viverão ali diretamente, e cuidarão do local.

Fora do TLAL, é a comunidade quem primeiro perceberá os benefícios, dado que pretendemos estabelecer vínculos com esta, e pôr nosso espaço a sua disposição. Não entendemos possível um projeto deste tipo, desligado de sua vizinhança mais imediata, e as pessoas que o rodeiam.

Também os projetos vinculados ao Observatório Crítico Cubano, nos quais nos mantemos participando, terão um espaço seguro nesta sede, para consolidar ainda mais seus trabalhos.

Por outra parte, estudantes e pesquisadores cubanos e internacionais terão sobretudo na Biblioteca uma fonte única e valiosíssima de informação.

No mais pode-se dizer que tanto os visitantes libertários e anticapitalistas que cheguem à ilha, como outras pessoas necessitadas de solidariedade, terão lugar em nosso Centro.

Quê daremos em troca aos contribuintes?

Não temos muito material que dar em troca, mas sim nossa gratidão e boa vibração. Claro, os e as doadores(as) disporão de um espaço em nosso local em  Cuba e acesso a todos os serviços do centro.

Ademais, se permitirem, incluiremos seus correios eletrônicos em nossa lista de distribuição, de modo que possam receber o periódico libertário cubano ¡Tierra Nueva!

Para quem deseje tornar públicos seus nomes, teremos uma lista de agradecimentos em nossa web com aquelas pessoas que colaboraram em materializar este empenho.

Faremos chegar a cada contribuinte um informe pormenorizado do uso que se deu aos fundos coletados.

Sua colaboração é decisiva, se queremos promover o ideal anticapitalista e libertário em Cuba e no Caribe.

Mais informações, consultar: http://www.gofundme.com/gg2wrcac

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(Belo Horizonte) Ato contra o aumento da tarifa | 12 de agosto | quarta-feira

Não teve “Justiça” para o povo!

Mesmo sendo ilegal, os governantes e os empresários vão nos roubar: aumentaram a passagem do busão!

O metropolitano também vai aumentar ainda mais e eles ainda usaram o MOVE como desculpa para isso!

Com os ônibus fodidos e as estações lotadas o dinheiro da passagem vai direto para o bolso dos donos das empresas…

ISSO É UM ROUBO!

Chega dessa enrolação, queremos o controle popular do transporte e nenhum aumento!

Se organize e proteste nas ruas!

Por uma vida sem catracas!

O Movimento Passe livre-BH conjuntamente o Tarifa Zero-BH convocam todos e todas para um ato contra esse aumento ilegal:

12 de agosto – Quarta-Feira
17:00
Praça 7

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