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Nota da R.I.A sobre as recentes questões políticas da mobilização contra o aumento das passagens no Rio de Janeiro

É com desalento que nós, enquanto rede midiativista livre e autônoma, vemos e vivenciamos as disputas egoicas que se desenrolam no campo político do Rio de Janeiro. Mesmo com a experiência das revoltas de 2013, onde tornou-se claro que somente a pressão popular nas ruas pode ser capaz de modificar nossa realidade, o que percebemos é a insistência de algumas organizações em se afirmarem como a voz máxima de um povo que mal sabe que as mesmas existem. O século XIX já se foi e aos poucos algumas nuances do passado vão se desvanecendo e dando espaço para novas formas de pensar, agir e, sobretudo, lutar. Afinal, é a luta política cotidiana por uma sociedade justa e livre que nos mantém vivas e vivos, a luta sem os ismos, em especial os ismos fora do lugar, importados de outros tempos e de outras realidades alheios ao contexto local de opressões. Reivindicamos, assim, a busca por uma construção coletiva da liberdade e não um direcionamento a ela, a luta que cada vez mais nos desapega de toda inércia social e que prossegue junto com os de baixo, porque somos os de baixo.

Mas é com prazer que ainda sentimos o ímpeto libertário batendo em nosso peito (e como bate!), suas utopias seguem alimentando corações que já não suportam mais os fracassos das políticas sectárias e do vanguardismo que busca medir quem entre nós é o mais e o menos revolucionário, o que os tornam cegos para as resistências efetivas que tomam lugar cotidianamente nas favelas, nas periferias e nas ruas de nossa sociedade. Cada vez mais essas organizações se distanciam da população, de quem vive na pele o dia-a-dia da exploração assalariada e da prisão social. Precisamos de uma nova arte para pessoas reais, e não insistir em seres fictícios que o imaginário vanguardista julga existir.

É nesse sentido que entendemos o midiativismo como ferramenta de potencialização de quem é silenciada e silenciado, de todas as pessoas cuja fala é abafada; entendemos o midiativismo como ferramenta de construção da liberdade, onde o indivíduo libertário se faz a partir de suas próprias escolhas e não como forma de condução das massas.

Repudiamos toda forma de verticalidade, toda forma de protagonismo vanguardista; repudiamos partidos políticos e seus métodos centralizadores; repudiamos o uso da mídia como forma de manipulação política, o desrespeito ideológico que reproduz formas sectárias que são análogas ao próprio modo de agir do capital; repudiamos o Capitalismo e o Estado, a perseguição política e a criminalização da pobreza, entendendo que a última é um dos grandes males sociais das últimas décadas, condição imperativa que nos inclina de coração e mente abertas a cada dia mais nos sacrificar pela luta libertária e libertadora.

Vemos com enorme tristeza alguns coletivos compactuando e reproduzindo calúnias infundadas contra movimentos que tocam importantes lutas populares, no caso, o Movimento Passe Livre do Rio de Janeiro, calúnias essas fabricadas pelas organizações sectárias e vanguardistas que denunciamos anteriormente. O espanto é perceber que a difamação do MPL-Rio segue lógica similar à forma como a mídia burguesa opera para desmobilizar e criminalizar as lutas populares. Pensam eles estar combatendo o governismo que se infiltra nos espaços de mobilização libertária, mas ao invés de boicotar essa invasão com base na construção organizacional autônoma e no debate político, preferem berrar aos microfones autoritarismos que pedem pela expulsão agressiva de pessoas em espaços que se pretendem abertos.

Lembramos que no I Encontro contra o Aumento da Passagem, alguns homens membros dessas organizações vanguardistas vociferaram agressivamente contra uma pessoa que, apesar de ser afiliada a um partido governista, era mulher. Não nos espanta o machismo contido nas ações de militantes que reproduzem práticas autoritárias. O agravante é que no raiar do dia, o papel do governismo de se infiltrar nas lutas populares com o intuito de desmobilizá-las acaba sendo efetuado por esses supostos revolucionários quando estes decidem caluniar e difamar aqueles com quem eles deveriam estar marchando ombro-a-ombro. Não bastasse a cooptação partidária, a criminalização política e a perseguição midiática, ainda temos que lidar com fogo amigo.

Estamos aqui para contribuir, criar e construir a descentralização dos meios de comunicação e informação para uma sociedade livre e para a autogestão socioeconômica. Priorizamos métodos que contemplem quem não é ouvido, não excluindo qualquer pessoa por divergências ideológicas, mas sim trabalhando de maneira fraternal, horizontal e mútua, desde que respeitadas os princípios básicos da luta libertária.

No mais, esperamos nos vermos nas ruas, junto à população. Nosso inimigo está do outro lado das barricadas!

p1060575            “A las barricadas! A las barricadas!”

Nota de repúdio à criminalização da pobreza e perseguição aos movimentos sociais

Nós da R.I.A repudiamos a ação desse estado fascista nas prisões e processos arbitrários de ativistas no Rio de Janeiro e em todos os cantos do planeta.

Entendemos e afirmamos que a criminalização da pobreza, legitimada após a condenação de Rafael Braga Vieira, pelo Estado e vinculado aos interesses do capital é o grande germe da situação atual, onde companheiras e companheiros de luta são perseguidos, ameaçados e presos.

Recentemente, uma nova onda de buscas, apreensões e cumprimento de mandatos de prisão foi iniciada no Rio de Janeiro. Nessa leva, alguns ativistas, dentre eles Igor Mendes, teve pedido de prisão decretada e cumprida pela polícia civil na última semana. Sabe-se que ele e outros ativistas continuam sendo perseguidos pelo estado após as conclusões da Operação Firewall, que criminalizou diversos movimentos durante o período da Copa do Mundo na cidade. Abaixo, segue o link com a entrevista realizada pela Mídia Independente Coletiva com Igor, no período da Copa.

Entrevista com Igor Mendes – Mídia Independente Coletiva

Exigimos liberdade para Rafael Vieira Braga e todxs xs 23 presos e perseguidos pelo Estado!

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Deliberações aprovadas na reunião da FAI, Roma, entre 11 e 12 de outubro de 2014

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A conferência, em frente a luta da população de Rojava que tem dado a vida – e que por esta razão estão sob ataque do ISIS e do exército turco, em uma experimental forma mais ou menos ampla de busca por sua autonomia territorial; além de ter que superar a discriminação de gênero, que pode levar a uma revolução social, afirmamos solidariedade e apoio em relação a eles.

Uma solidariedade e apoio que vai primeiro para o componente libertário desta luta, e que certamente não se direciona a uma intervenção militar do mundo e das potências regionais, que se mostraram hostis aos povos da região e suas instâncias de emancipação e liberdade. Considera-se crucial, nesta fase desenvolver ampla campanha de informação sobre a dinâmica atual, que é muitas vezes completamente escondida e distorcida pela mídia. Convida os indivíduos e os Grupos das Federações, assim como, todo o movimento social de oposição para mobilizar em solidariedade à experiência dos cantões de Rojava. Um objetivo desta mobilização deve ser a abertura das fronteiras ao redor Rojava.

Conferência da Federação Anarquista Italiana, Roma, 11 e 12 de outubro de 2014

Por unanimidade.

Mozioni approvate nel Convegno della F.A.I., Roma, 11-12 ottobre 2014

Il convegno, di fronte alla lotta delle popolazioni del Rojava che hanno dato vita – e per questo si trovano sotto attacco sia dell’ISIS sia dell’esercito turco – a forme di sperimentazione più o meno ampie di autogoverno territoriale e di superamento delle discriminazioni di genere che possono preludere ad una rivoluzione sociale, afferma la sua solidarietà ed il suo sostegno nei loro confronti. Una solidarietà ed un sostegno che va innanzitutto alle componenti libertarie di questa lotta e che non passa certo per un intervento militare delle potenze mondiali e regionali, che hanno mostrato di essere ostili alle popolazioni della regione ed alle loro istanze di emancipazione e libertà. Ritiene fondamentale in questa fase sviluppare una campagna di informazione sulle dinamiche in corso, che spesso vengono del tutto nascoste e distorte dai media mainstream. Invita individualità e gruppi della Federazione e di tutto il movimento di opposizione sociale a mobilitarsi in solidarietà all’esperienza delle popolazioni dei cantoni del Rojava. Un obiettivo di questa mobilitazione deve essere l’apertura delle frontiere intorno al Rojava.

Convegno della Federazione Anarchica Italiana, Roma, 11-12 ottobre 2014
All’unanimità

Las mociones aprobadas en el Congreso de la FAI, Roma 11 a 12 octubre 2014La conferencia, delante de la lucha de los pueblos de Rojava que han dado sua vida y por esta razón son objeto de ataques tanto de ISIS es el ejército turco a formas de experimentación más o menos amplia autonomía territorial y superar la discriminación naturaleza que puedan anunciar una revolución social, que defienda su solidaridad y apoyo hacia ellos. La solidaridad y el apoyo que va principalmente a los componentes libertarias de esta lucha y que sin duda no va a la intervención militar de potencias regionales y mundiales, que se han demostrado que son hostiles a los pueblos de la región y sus demandas por la emancipación y la libertad. Considera esencial en esta etapa para desarrollar una campaña de información sobre la dinámica en el curso, que están a menudo completamente ocultos y distorsionados por los grandes medios.

Invite a la individualidad y los grupos de la Federación y de todo el movimiento de oposición social a movilizarse en solidaridad con la experiencia de los pueblos de los cantones de Rojava. Uno de los objetivos de esta movilización debe ser la apertura de las fronteras en todo el Rojava.

Congreso de la Federación Anarquista Italiana, Roma 11 a 12 octubre 2014
Por unanimidad

Comunicado sobre campanha da semana Internacional de Libertação de Presos Políticos

Comunicamos a tod@s que a RIA é solidária a todos eventos que trabalhem por uma sociedade sem grades, pelo fim da criminalização da pobreza, dos movimentos sociais, populares, sindical e o fim da perseguição política.

Informamos que a RIA não realizou chamado para a campanha intitulada Libertação dos Presos Políticos. Este chamado fora publicado pela Internacional das Federações Anarquistas e pela Internacional da Cruz Negra Anarquista e republicado em solidariedade a  iniciativa internacional da qual a RIA apoia.

A descentralização das atividades libertárias e anarquistas é um dos princípios que acreditamos e defendemos. Todo coletivo e indivíduo tem total autonomia para realizar seus eventos na semana “Internacional de libertação dos Presos Políticos.”