Category Archives: Relatos

(Rio de Janeiro) Relato sobre o ato “Contra o corte das linhas de ônibus”

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O governo do estado do Rio de Janeiro, junto com a prefeitura de cidade do Rio de Janeiro, visa contar várias linhas de ônibus que ligam as Zonas Norte e Oeste com a Zona Sul. Com essa política o Estado e o capital se unem, como sempre, para dificultar mais a vida das trabalhadoras e trabalhadores que fazem esses trajetos todos os dias, forçando-os a ter que pagar mais de uma passagem, já que o bilhete único carioca não faz integração com trem, metro e com o BRT. Em decorrência disto, no dia 01 de novembro de 2015 ocorreu mais um ato compra o corte das linhas de ônibus. A manifestação trouxe pras ruas diversos ponto de luta que não só o corte de linha. Gritos sobre as prisões políticas foram feitos, panfletagens com outras questões também ocorreram. Além disso o ato cotou com a performasse do uma parte do integrantes do “Bloco Livre Reciclato”, que, como o grupo se pretende, trouxa ao ato batuques em latas de tinta e óleo, chamando a atenção de que passava na hora.

Apesar de pouco contingente de pessoas compondo o ato, os manifestantes saíram da Candelária, ponto de concentração e caminharam até a Central, ocupando as pitas em direção a Zona Norte e Oeste do município. O estado mostrou todo o seu medo de uma revolta maior, colocando um grande contingente de policiais para reprimir o ato, que apesar disso, não surtiu efeito no manifestantes, que ocuparam a frente das catracas do trem, panfletando e trazendo vários gritos de ordem para dentro de um espaço que recebe uma grande parcela da população pobre e trabalhadora do Rio de Janeiro.

A RIA diz não ao corte de linhas de ônibus !

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(Rio de Janeiro) Relato sobre o CineQueer: Pós-Pornô

cinequeerDurante os dias 15 e 16 de setembro aconteceu mais uma edição do coletivo CineQueer sobre a temática do Pós-Pornô O evento, que sempre traz debates muitas vezes “deixados de lado” pelos movimentos sociais e organizações anarquistas, seja esse “deixa de lado” proposital ou não, contou com a participação de uma grande quantidade de pessoas, lotando o local. A RIA esteve no evento para acompanhar as atividades.

Além da exibição de curtas que abordam a temática e as práticas do pós-pornô, a atividade, como é de práxis, contou com um debate puxado por Angela Donini, professora adjunta no Departamento de Filosofia da UNIRIO, por Bibi Campos Leal, filósofa e integrante do Khôra – Laboratório de Filosofias da Alteridade.

O evento contou também com a participação de Laura Milano, comunicadora e investigadora, licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidad de Buenos Aires, escreve e investiga sobre questões vinculadas ao cruzamento da comunicação, gênero e sexualidades, que lançou também o seu livro “USINA POSPORNO: disidencia sexual, arte y autogestión en la pospornografía”. Estas trouxeram reflexões enriquecedoras sobre a temática em si e sobre questões adjacentes.

No segundo dia de evento aconteceu duas oficinas, “Díldo-oído”, puxada por Laura Milano
e “Estranhamentos: desvios da carne e polimorfismo afetivo”, realizada por Bibi Campos Leal.

O evento aconteceu no “Castelinho do Flamengo”, no Bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Segue algumas fotos do evento:

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(Rio de Janeiro) Relato do Ato Indigne-se Contra os Homicídios de Crianças Negras no Brasil

Ato realizado na Central do Brasil – 10 de Setembro de 2015

Após mais uma morte de um jovem negro e pobre nas favelas do Rio de Janeiro, Cristian Soares, de 12 anos, morto na favela de Manguinhos, cerca de 300 pessoas ocuparam e pararam a Central do Brasil para protestar pelo fim do genocídio da população negra. Mais uma, pois os assassinatos contra a população negra e pobre nunca cessaram. Desde a época das “Grandes Navegações” essa população vem sendo dizimada de várias formas.

No século XXI não é diferente. O Rio de Janeiro e cidades mundo afora reproduzem verdadeiros apartheid sociais, exterminado cotidianamente a população mais pobre e não-branca.

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O ato “Indigne-se contra os homicídios de crianças e adolescentes negros e favelados” começou com uma ocupação de um dos portões principais da Central do Brasil, que no horário havia diversos trabalhadores e trabalhadoras voltando para suas casas, o que de certa maneira, deu uma grande visibilidade às denúncias feitas. O portão e grades da Central foram ocupados por diversos cartazes e faixas denunciando as mortes ocorridas na favelas do Rio de Janeiro, que aumentaram após a instalação das UPPs.

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Após a concentração, uma das ruas adjacentes a Central do Brasil foi ocupada e os/as manifestantes, em sua grande maioria negras e negros e moradoras/os de favela, caminharam até uma das secretarias da prefeitura que se localiza também na Central. Ao pararem em frente a esta foram projetados diversos dizeres nas paredes, permanecendo ocupando durante alguns instantes a rua do centro da cidade.

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Não podemos mais admitir o genocídio da população negra e favelada!
Pelo fim do Capital e de seus lacaios chamados de policiais!
Fora UPPs das favelas já!

(Uruguai) Sobre os ataques ao movimento anarquista em Montevidéu

Em meio ao entusiasmo por grande parte da esquerda institucional brasileira pela vinda do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica ao Brasil, a Rede de Informações Anarquistas republica uma carta escrita por anarquistas uruguaios e uruguaias  em 2013 denunciando a perseguição e criminalização do movimento anarquista no Uruguai. Para passarmos a compreender que enquanto existir Estado, independente do governo no poder, haverá autoritarismo e repressão aos de baixo, uma vez Estado e Capital são elementos indissociáveis e não há programa reformista capaz de mudar esse fato.


Em uma semana e meia 14 companheiros foram presos, isto se soma à campanha de escutas, perseguições, tentativas de despejos e ataques ao movimento anarquista em Montevidéu. Nada disto nos assusta, só nos faz mais fortes. Se nos golpeiam é porque incomodamos. Se incomodamos aos poderosos e seus delatores, estamos fazendo bem as coisas.

Há uma guerra social que passa por diferentes momentos. Os poderosos sabem, nós também. A imprensa oculta, ofegando sobre o barril do capital, impondo a ideia de uma democracia rançosa que não cumpre nem com suas próprias mentiras mais repetidas, segurança, direitos humanos, justiça…

Entre tudo isso a raiva abre passagem.

O governo dos tupamaros tortura. Onde está a novidade?

O Estado que ocupa o território uruguaio não é alheio ao medo e intenção de recrudescer o controle sobre sua população, como estão levando adiante os diferentes governos progressistas da região (lembrem os encontros de segurança e “antiterrorismo” do Mercosul). O fantasma da primavera árabe, é um medo longínquo mas que palpita e o Brasil se converte em pesadelo para a camarilha empresarial. Qual é o pesadelo para os democratas, extremistas, radicais do poder e demais fascistas? A revolta, a insurreição que quando desperta não parece poder ser controlada. Uma raiva que não pode ser reconduzida pelo futebol ou a compra de roupas de marca ou congêneres. É aí onde aparecem os que lhes fazem o “trabalho sujo” a Bonomi, Tabaré e Mujica, as forças da ordem a serviço de sua autoridade. É aí que os mercenários criados pela direita e especializados pela esquerda do poder saem ao ataque.

Os violentos, encapuzados, anarquistas.

Palavras vazias de todo tipo tem enchido o papo dos jornalistas estes dias. Que os anarquistas isto e aquilo, que as táticas de violência urbana, que minorias, etc., etc. Os violentos de 14 de agosto, os radicais, os infiltrados em tudo, até na torcida do Penharol (como se nesta não houvesse sentimento antipolícia, que precise infiltrar-se os ácratas). Por todos os lados a união entre a repressão policial, a coordenação política e a preparação do conluio feito pela imprensa. O ataque tem várias pontas. O Estado defendendo-se definitivamente. Mas de que? De que se defende o Estado? Hoje todo o exército que mantêm a ordem existente (imprensa, polícia, militares, políticos e demais acomodados) se conjuga sob o abrigo de um nível inédito de consenso entre a direita e a esquerda no que têm a ver com a potencialização do desenvolvimento capitalista. Mas além do jogo eleitoral, as bases importantes do desenvolvimento do capital na região não se põem em discussão por nenhum dos partidos. A mega mineração, o desmatamento, a coordenação, em fim, pela instauração do plano IIRSA [Iniciativa de Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana] e demais planos, sua grande coordenação política, econômica e militar seguem em marcha. É necessário deter e evitar toda resistência, todo germe de resistência. É necessário deter aos que não negociam, aos “violentos”.

Um passo mais…

E que dizer da violência? Não é para nós uma “opção política” como creem os sabidos da faculdade de ciências sociais. Para nada. Não é uma opção e não é para nada política. A escolha que sim fazemos é a de tentar viver do único modo que nos parece digno, o livre. O de não calar, o de fazer algo quando vemos que a coisa vai mal e vai ainda para pior. Escolhemos resistir, escolhemos defender-nos. Aqui (mais além do jogo preferido da imprensa, dirigentes sindicais e demais políticos) não há violentos e não violentos, bons e maus, e demais categorias do poder. Quem não se haja enojado, quem não haja sentido vontade de resistir à miséria, de opor-se e saltar ante tanta porcaria, simplesmente não deve ter sangue. Quem não se enoja conhecendo os negócios policiais com a pasta base, a miséria do trabalho ou o sabor da água de OSE? A violência neste mundo capitalista é natural, a resistência a ele, uma necessidade vital.

E outro depois…

Não negamos, jamais o temos feito, nossos crimes. Queremos e potencializamos a liberdade, esse é um grande crime contra o poder. Queremos e potencializamos não a etiqueta de liberdade, abstrata, utilizável e manejada por qualquer um. Por isso praticamos a solidariedade, o apoio mútuo, a reciprocidade, a resistência e é essa prática a que inevitavelmente produz choque em um mundo voltado cada vez mais a negar chão a quem está caindo. A cultura do medo não pode, não tem podido e não poderá amedrontar-nos ainda que o tente. Por isso os insultos, as ameaças com a tortura e a violência, por isso a pistola na cabeça de um companheiro na delegacia, a nudez forçada e os golpes. Por isso o enfurecimento.

E por que sorriem? Se perguntam…

Nós não temos aparência de vítimas. Se dizemos, se mostramos outro golpe ao movimento anárquico é para mostrar, para continuar mostrando esses golpes que sofremos geralmente em nossos bairros e que a polícia costuma silenciar. Sabemos falar, o fazemos bem e somos suficientemente livres e fortes para não nos calarmos. O porque de tantos e seguidos golpes ao movimento corresponde a um crescimento que o poder não tem podido frear, ainda que o tenha tentado. Corresponde a perda do medo e o abandono da confiança que parte da sociedade havia oferecido aos governos progressistas. Somos tratados com dureza porque o governo tem dado carta branca ante a presença que têm desbancado o parlamentarismo das ruas. Ante a ação direta que não busca negociar, que não pede nada. Somos tratados com dureza porque é contagioso um fazer auto-organizado que fomenta um verdadeiro diálogo, um entre iguais e não políticos ou empresários. Sorrimos por que são bons os ventos e sabemos nos defender.

O espelho do poder.

Onde olham sempre buscando a si mesmos. Em seus interrogatórios quando não se baseiam no simples insulto ou a ameaça, o que buscam é a eles mesmos e sua necessidade de chefes, de alguém que lhes diga o que têm que fazer. O poder necessita inimigos e não serve a seus interesses que estes não se vistam de terroristas, não busquem governar ou que não tenham autoridades. A falta de respeito em todos os âmbitos não pode vir para os serviços de inteligência mais que de um só grupo de pessoas, não pode não ter chefes ou não ter uma grande estrutura organizada para infundir o terror. Mas nós que estamos nas ruas sabemos que o seu crédito social acabou e que os companheiros são muitos e em nada respondem a lógica do partido. Pior para eles mas é assim.

Nós os anarquistas, não somos os que mantemos um sistema de saúde que gera morte e insanidade, não fazemos mega operativos nos bairros pobres, não empreendemos o saque e a destruição do meio ambiente e definitivamente não somos os que mantêm o negócio da pasta base nos bairros. Não dizemos aos jovens que não são nada se não têm certa marca de roupa e não fazemos cárceres para prendê-los depois.

Mas não somos tampouco cidadãos obedientes, não somos, jamais o temos sido dos que esquecem, somos parte dos que têm lutado sempre, como somos irmãos dos que lutam agora em qualquer parte do mundo contra um sistema que nega a vida. Impulsionamos e seguiremos impulsionando sempre a rebelião para conseguir mais e mais liberdade. Quiseram tirar da vista dos turistas os indigentes, criando uma ilusão de comércio, mas aqui não somos todos clientes ou submissos. Nem a todos se pode tapar. Nem todos se rendem.

Anarquistas.

Montevidéu, Agosto-Setembro 2013

Originalmente traduzido e publicado por Agência de Notícias Anarquistas (ANA)

(Rio de Janeiro) Denúncia de agressão à mulher no bar Os Ximenes, Lapa

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“Anarcofeminismo vê o patriarcado como uma hierarquia involuntária e que a luta contra ele é parte essencial da luta de classes e da luta contra o Estado. O movimento vê o anarquismo como parte da luta feminista e vice-versa. Em outras palavras, se o anarquismo se opõe a todas as relações de poder então ele é inerentemente feminista.”

Era entre 7h e 8h da manhã de Domingo, dia 28 de Junho de 2015. Eu passei a noite trabalhando e depois fui beber com amigas pela Lapa. Decidi usar algum banheiro antes de ir embora, e como já havia consumido no bar “Os Ximenes” mais cedo, decidi utilizar o banheiro de lá. Quando me aproximei do estabelecimento, percebi que apesar do salão vazio e a ausência de funcionários, o balcão ao lado estava atendendo. Como não vi ninguém no salão e estava muito apertada fui direto pro banheiro. 

Assim que sai do banheiro dei de cara com um homem de cerca de 1,70m, com traços nordestinos e forte. Ele usava calça jeans, camisa branca com uma estampa e um boné pra frente. Obviamente esse homem era um funcionário do bar. Imediatamente ele me abordou me xingando. Me chamando de puta, perguntou se eu não tinha visto que o banheiro estava fechado e era cobrado. Automaticamente respondi xingando de volta. O homem então agarrou um dos meus braços e continuou a agressão verbal. A essa altura ele já estava me machucando e eis a informação que não pretendo sonegar: eu reagi. Reagi como mulher cansada dos estupros, dos assédios e das agressões que já sofreu. Reagi por saber que a polícia é um braço armado do patriarcado e jamais me protegeria. Reagi porque o feminicídio praticado diariamente destruiu minha psique. Reagi pelas irmãs negras e periféricas que não tem pra onde fugir. Reagi por não suportar mais ser silenciada, ameaçada e ridicularizada. Reagi por ser sempre culpabilizada pela violência que sofro. Reagi porque nada deve parecer natural.

Então o homem me socou o rosto. Por sorte e pela minha resistência física não cai. Nesse momento, após ter bebido e sido agredida, fiquei completamente desorientada. Comecei a gritar desesperadamente. Dois outros funcionários do bar se aproximaram e me imobilizaram para que o espancamento continuasse. E continuou. Consegui me soltar e a única coisa que consegui pensar foi em quebrar coisas para chamar a atenção de quem passava pela rua. Lembro que nesse momento não havia ninguém dentro do bar e eu só pensava que eles provavelmente me estuprariam e/ou me matariam ali dentro. Enquanto quebrava alguns vidros os funcionários continuavam a me bater.

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A atenção que consegui chamar foi da polícia, logo apareceram Guardas Municipais. Os funcionários gritavam que eu era maluca e tinha entrado ali quebrando todo o bar. E os guardas, obviamente, acreditaram na versão dos homens e me imobilizaram, me dando voz de prisão logo em seguida. Numa brecha consegui sair de dentro do bar, sendo novamente alcançada e sendo agredida dessa vez pelos guardas. Sabendo que meus amigos estavam na próxima esquina lutei com pelo menos 6 GMs e 3 funcionários do bar até chegar lá. Quando finalmente cheguei a esquina, fui jogada na parede e levei um “mata leão” de um dos funcionários. Os guardas pareciam estar se divertindo com a cena. Juntei minhas forças e gritei pelos meus amigos. Cerca de 10 pessoas vieram até o local e se manifestaram a meu favor. No meio da confusão fui puxada por um amiga e consegui escapar. Nossa reação foi correr desesperadamente pra longe dali, eu precisava de atendimento médico e sabia o que eles eram capazes de fazer comigo enquanto supostamente me conduziriam pra delegacia.

O bar “Os Ximenes” fica na Rua Joaquim Silva, 82 – Lapa. Aquele bar que fica bem em frente a escadaria Selarón.

Levei mais de uma semana pra conseguir fazer esse relato. Eu não tinha forças psicológicas para detalhar o que aconteceu, o fiz sem ainda ter. Além do rosto bastante ferido, fiquei com hematomas pelo corpo, um dedo torcido e parte da garganta machucada a ponto de ter quebrado um pedaço do meu dente.

Decidi denunciar publicamente o ocorrido principalmente como forma de alertar as mulheres que frequentam o local. Mais que isso, para também deixar um recado: nós mulheres precisamos nos organizar para combater o machismo. A reação e a autodefesa são e sempre serão legítimas. Mas o ódio e a depressão que nos tomam podem ser substituídos por acolhimento e luta. Nossa maior arma contra a violência é a nossa sobrevivência, nossas vidas, o nosso grito, a nossa união, nossos corpos livres.

Sociedade, por que nos culpam pela opressão que sofremos? Por que nos separam e diferenciam para que fiquemos umas contra as outras? Por que justificam absurdamente as brutalidades que praticam contra nós por fazer coisas “normais” que qualquer ser tem direito? Temos direito ao lazer. Temos direito ao sexo. Temos direito à liberdade de expressão. Temos direto à nossos corpos. Temos direito à vida.

É conclusivo que a principal ação para exterminar o peso esmagador do patriarcado é a prática da educação livre. Precisamos investir esforços na conscientização das crianças para impedir que esses meninos cresçam misóginos (ódio pelas mulheres). Precisamos esclarecer aos jovens que o assédio começa com as cantadas de rua, passa pela dominação psicológica, emocional e financeira com suas companheiras e culmina em estupros e assassinatos. Não há nada de carinhoso e amoroso no sofrimento de uma mulher. NÓS NÃO GOSTAMOS DE CAFAJESTES! E mais: nós nem sempre gostamos de nos envolver com homens. E deixo aqui um alerta ainda maior sobre o genocídio das mulheres bi/lesbo/transsexuais.

Não reprimam as meninas, ensinem os meninos a não estuprar.

Deixo por fim um gigantesco agradecimento a todas e todos que me apoiaram nesse momento difícil, inclusive ajudando com remédios.

Irmãs de todo o mundo: empoderem-se de sua identidade, não se depreciem! Lutem, resistam e não deixem de sorrir e dançar! “

“A ignorância é o elemento mais violento da sociedade.”

“Não passamos de átomos no incessante esforço humano em direção à luz que brilha na escuridão: o ideal de liberação econômica, política e espiritual da humanidade!” – E. G.

A. 09/07/15