(Rio de Janeiro) Relato de um professor da rede estadual sobre a Greve da Educação de 2016

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Passeata dos/as servidores/as da educação em 2016

No dia 2 de Março de 2016 teve início a greve da Rede Estadual de 2016 no Rio de Janeiro.

Entre as reivindicações da greve de 2016 estão algumas pautas clássicas de toda a classe trabalhadora ao longo da história, como questões salariais e de condições de trabalho. Mais especificamente na rede estadual alguns direitos trabalhistas que estão sendo ameaçados nos últimos tempos pela gestão PMDB que governa o Estado há tempos. Alguns exemplos são o congelamento do reajuste salarial por dois anos (2015 e 2016) para a área da educação e saúde.

Outros casos são as implementações autoritárias de políticas meritocráticas que ano após ano vem deixando a categoria cada vez mais insatisfeita, com menos autonomia pedagógica e com mais trabalhos extraclasse, e permanecendo a receber salários muito baixos. Professores de Sociologia e Filosofia possuem apenas um tempo por semana nas turmas de 1º e 2º ano, tendo que percorrer várias escolas para completar a carga horária, precarizando ainda mais suas condições de trabalho com as obrigações burocráticas de tais políticas de meritocracia da Secretaria de Educação.

Fora isso, direitos básicos como salários em dia estão sendo alterados e fatores previdenciários podem subir sem consulta aos servidores do Estado. Isso em um cenário de 0% de reajuste e aumento da Previdência Social nos bolsos dos funcionários da educação e de outros serviços públicos pode ocasionar uma real diminuição de salários.

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(Reflexão) A estúpida relação entre as práticas fascistas, o sistema capitalista a escravidão moderna

Enganam-se aqueles que supõe que as práticas capitalistas e o fascismo mantêm entre si alguma distância. A onda fascista que temos percebido se alastrar com frequência em países como Brasil, México, Grécia, Palestina são na verdade um reflexo de uma relação muito mais complexa do que parece.

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A ditadura fascista não será em momento algum anunciada. Mas através do consumismo (sob a desculpa do desenvolvimento da nação), do esporte, do patriotismo xenofóbico (manifestados sob a forma de perseguições, espancamentos e expulsões de imigrantes ilegais), através da globalização do capital financeiro, do trabalho semi-escravo, da especulação imobiliária, dos projetos de lei “antiterroristas”, da redução da maioridade penal, das revistas em ônibus com o objetivo de isolar partes da cidade contra a presença de moradores de periferias, o discurso implícito da corrupção e a criação de “heróis nacionais” que supostamente limparão a casa.

Através de medidas e ações como essas está sendo construído um tipo de ditadura fundada sob a articulação entre bancos, megacorporações, forças de segurança pública, instituições comerciais de pequeno porte, mídia corporativista e o Estado.

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(Rio de Janeiro) Manifesto do Fórum de Apoiadores dos Guarani e Kaiowá no Rio de Janeiro

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O Fórum de Apoiadores dos Guarani e Kaiowá no Rio de Janeiro surgiu da indignação de cidadãos do Rio de Janeiro com os ataques que esses indígenas vem sofrendo no Mato Grosso do Sul. Jagunços e pistoleiros, contratados por fazendeiros, promovem incêndios de moradias, destruição de pertences e utensílios, envenenamento de córregos e plantações, matança de pequenas criações, violações de mulheres, maus tratos a crianças, jovens e idosos, tortura e assassinatos de lideranças – configurando-se assim um etno/ genocídio dos Guarani e Kaiowá, segundo a ABA (Associação Brasileira de Antropologia).

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(Reflexão) Uma política de afetos como desafio

Se política é lugar de poder que nosso poder seja o do afeto, da empatia. Então, a gente não disputa, a gente ocupa os espaços vazios tornados invisíveis pelo sistema.

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A violência é a marca do patriarcado, a mesma que nutre o capitalismo. O capitalismo não conhece afeto, ele condecora com medalhas – mortes, carnificina! A violência como expressão humana é tão antiga quanto o mundo. Precisamos desenvolver a capacidade de dialogar com o outro, seja ele quem for! Produzimos tantas teorias, camalhaços, teses, livros, mas até agora parece que só conseguimos nos ferrar e destruir o planeta!

Quando nós nos juntamos e reivindicamos justiça social o que nos move é a empatia, o sentir com o outro! Precisamos estar unidos, olhos nos olhos, abertos ao acolhimento, precisamos sentir que podemos confiar no outro ao nosso lado!

Nosso amigo Pedro, poeta da Pavuna, pensando sobre uma perspectiva em tempos de crise, nos convidou numa roda de conversa a refletir sobre a possibilidade de “quem sabe” buscar um exercício de linguagem, talvez próximo da roça, do campo, dos lugares de onde nós viemos e não de lugares muito além no oceano atlântico! É possível que esse seja um caminho viável, retomar o simples, poder num encontro ter de fato uma escuta profunda, perceber como o outro se sente, resgatar nossa origem camponesa, tribal.

Tudo é experimento, estamos experimentando, aprendendo uns com os outros, ninguém sabe nada do novo, porque o novo precisa ser criado, partejado. Afinal, o que estamos procurando? Certamente, não é o outro lado da moeda! Não nos satisfaz reverter, porque cara ou coroa, continua sendo MOEDA, e não é isso que nos move. Sonhamos com o salto! Uma nova forma de habitar o planeta! Somos sem lugar nesse mundo, porque olhamos à nossa volta e vemos injustiça social, uma vida asfixiante, dominada pelo capital! A lógica burra e perversa do capital é a prática da necrofilia! Sim, o gozo é com a morte! Nosso mover é por vidas! Nossos corpos e emoções necessitam ser vitalizados por trocas afetivas.

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(Rio de Janeiro) Enquanto você bate panela, crianças negras e pobres são assassinadas

12933026_1136351386376511_1362948574080613475_nInfelizmente já não são raras as notícias de crianças negras e pobres sendo assassinadas nas favelas e periferias do Rio de Janeiro. Enquanto uma boa parte da esquerda (burocrática ou não) se preocupa em discutir o que é golpe, fazer atos em favor de um governo ou de outro, a população que “nunca parou de militar”, a população negra e pobre, continua sendo morta. Nunca parou de militar pois, em suas vidas cotidianas tem que lutar para sobreviver, para não serem mortas pelos cães do Estado e do capital.

No dia 28/03, mais uma criança foi assassinada. Desta vez em Madureira. A população local em forma de protesto ateou fogo em dois ônibus do BRT e em uma estação, deixando a via interditada por alguns instantes. Como represália, foram brutalmente reprimidos/as pela Polícia Militar.


Pelo Fim do Genocídio da População Negra e Pobre!