(Reflexão) A estúpida relação entre as práticas fascistas, o sistema capitalista a escravidão moderna

Enganam-se aqueles que supõe que as práticas capitalistas e o fascismo mantêm entre si alguma distância. A onda fascista que temos percebido se alastrar com frequência em países como Brasil, México, Grécia, Palestina são na verdade um reflexo de uma relação muito mais complexa do que parece.

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A ditadura fascista não será em momento algum anunciada. Mas através do consumismo (sob a desculpa do desenvolvimento da nação), do esporte, do patriotismo xenofóbico (manifestados sob a forma de perseguições, espancamentos e expulsões de imigrantes ilegais), através da globalização do capital financeiro, do trabalho semi-escravo, da especulação imobiliária, dos projetos de lei “antiterroristas”, da redução da maioridade penal, das revistas em ônibus com o objetivo de isolar partes da cidade contra a presença de moradores de periferias, o discurso implícito da corrupção e a criação de “heróis nacionais” que supostamente limparão a casa.

Através de medidas e ações como essas está sendo construído um tipo de ditadura fundada sob a articulação entre bancos, megacorporações, forças de segurança pública, instituições comerciais de pequeno porte, mídia corporativista e o Estado.

E assim se manifesta o fascismo: a rígida censura, prisões arbitrárias, prisões em massa, genocídio do povo negro e pobre, discurso de defesa dos valores da família, desaparecimentos, esquadrões da morte, militarização das favelas, machismo e homofobia, exílio e clandestinidade forçados de opositores do regime, criminalização de ativistas, adoção de políticas de austeridade, etc. Tudo isso feito de forma muito bem pensada no seio dessa suposta democracia.

Processos eleitorais, diálogos com o Estado e com forças policiais, negociações e acordos com políticos nunca funcionaram e nunca funcionarão. Pura e simplesmente porque o objetivo daqueles que servem ao sistema não é o benefício coletivo e igualitário, não é o povo, mas a acumulação de capital, riquezas e a garantia dos privilégios nas mãos de pequenos grupos que concentram o monopólico político e econômico.

O objetivo da sociedade de consumo é o lucro e o poder (conquistado através dele). Para isso desenvolveram-se práticas políticas como o fascismo, o nazismo, as ditaduras civis, mercantis, militares e democráticas.

Levando em consideração que o fascismo é a própria ditadura terrorista e descarada dos elementos mais reacionários e imperialistas do capital financeiro (que nada mais é que a união entre bancos e indústrias), não é difícil chegar a conclusão que a sua existência, seu nacionalismo medíocre, suas palavras de ordem roubadas de movimentos de resistência, seus princípios liberais, sua propaganda militarista, sua vigilância são, na verdade, um dos braços do sistema capitalista, uma forma de controlar a sociedade, uma forma de partidos políticos e grupos empresariais manterem a Máquina funcionando sem maiores problemas.

Por tudo isso, não espere menos que repressão policial, leis de exceção e violência institucional, tanto da esquerda institucional quando da direita, pois ambos querem e desejam o poder e manter-se lá; logo, farão de tudo para anular qualquer forma de resistência e questionamento dos seus governos. Tendo em vista esses fatores os dois lados reproduzirão o fascismo, eles são a cara e coroa de uma única moeda cunhada em valores fascistas.

O que fazer, então?

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Se organize! Recuse regras! Boicote o consumismo! Resista a prisões! Questione! Se defenda! Não vote! Não obedeça! Ocupe! Frequente espaços como Assembleias horizontais de bairro, grupos de estudos libertários ou anarquistas! Não aceite ser escravizado! Não se submeta a forças policiais! Faça da cidade um painel de resistência! Não se intimide com prisões em massa, repressão policial, processos contra ativistas! Quando encontrar um policial na rua não olhe pra baixo, imponha-se (simplesmente porque ele não é melhor que você, muito pelo contrário)! Dissemine suas ideias sobre liberdade, resistência e luta antiestatal sempre que puder!

Você não é obrigado a falar com fascistas. Além de tudo eles não entenderão uma palavra do que dirá (já que fascistas assumidos são seres vivos com pouquíssima capacidade de raciocínio e bom senso).

SE NOS IMPORTAMOS COM A NOSSA LIBERDADE, RESISTIR É A ÚNICA OPÇÃO.

“É o medo que nos fez escravos e que nos mantêm nesta condição. Baixamos a cabeça frente aos donos do mundo, aceitamos esta vida de humilhação e de miséria somente por medo. No entanto, dispomos da força numérica frente a esta minoria que governa. A força deles não sai de seus policiais, mas de nosso consentimento.”
(“Da Servidão Moderna”, Jean-François Brient & Victor Léon Fuentes)

Retirado da internet e adaptado pela R.I.A