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(MÉXICO) Polícia assassina o AnarcoPunk Salvador Olmos – Junho 2016

HUAJUAPAN DE LEÓN – Salvador Olmos García, de 27 anos, comerciante, jornalista comunitário, lutador social, ativista defensor das terras, cantor e pioneiro do movimento anarcopunk em Huajuapan foi encontrado gravemente ferido na manhã deste domingo (26/06) na colônia de “Las Huertas”, nesta cidade.

mexico-policia-assassina-salvador-olmos-ativista-1Por volta das 04h40 os socorristas da Comissão Nacional de Emergências (CNE) foram alertados por elementos da polícia municipal que na rua “Naranjos”, sem número, se encontrava uma pessoa seriamente ferida, ao que estes se aproximaram rapidamente a bordo da ambulância 06, da delegação 020.

Ao chegar, os paramédicos encontraram uma pessoa que estava caída às margens da via ao que o submeteram os primeiros socorros e o colocaram na maca.

Ao perceberem que havia sofrido lesões nas extremidades, cabeça e dorso, resolveram transladá-lo à área de Urgências do Hospital Geral de Huajuapan, Pilar Sanchéz Villavicencio, para que recebesse a atenção médica devida.

No entanto, após vários minutos de luta para salvar sua vida, “Chava”, como era conhecido por amigos e familiares, havia deixado de existir em razão do ar acumulado na cavidade da pleura (pneumotórax), fratura do úmero direito e rompimento de paredes interiores (hemorragia).

Depois do falecimento de Salvador, que também era narrador da rádio comunitária “Tunn Ñuu Savi”, os integrantes dessa rádio indicaram integrantes da polícia municipal dessa cidade como supostos autores materiais e intelectuais. Asseguraram que “Chava” havia sido detido e na sequência atropelado por uma viatura oficial.

Ao mesmo tempo, instaram posição das autoridades competentes para o imediato esclarecimento dos fatos e punição aos responsáveis, ou, do contrário, tomarão medidas alternativas para fazer justiça ao falecido, e também em relação a outros ocorridos que consideraram como fascistas e opressores por parte dos uniformizados.

Salvador Olmos García, radialista no programa “Pitaya Negra”, lutava há quinze anos pela defesa das terras e comunidades Mixtecas, ante a exploração de recursos naturais e a entrega de concessões a mineradoras estrangeiras por parte das autoridades governamentais.

Após esse lamentável fato, dezenas de pessoas, entre amigos, familiares e conhecidos, se concentraram nas instalações da rádio “Tuun Ñuu Savi” a fim de manifestarem sua solidariedade e exigir punição aos responsáveis.

Sociedade de Huajupan, esperemos que compreendam o que fizeram ao nosso companheiro; não queremos incitar a violência, mas estamos indignados e cheios de raiva por justiça. “Chava” sempre lutou por igualdade e era um companheiro produtivo para a sociedade, solidário e como anarquista sempre protegeu todos em seu entorno”.

Era um bom homem com alma de menino, com suas sandálias negras, rastas e botas, pois nele foi o único espaço que ela encontrou para se desenvolver livremente”, expressou um dos ativistas, companheiro próximo a Salvador.

Cl_cX4JVEAAY44QTradução: http://elenemigocomun.net/2016/06/journalist-activist-killed-oaxaca/

Saiba mais: Barricadas são erguidas em Huajuapan de León, Oaxaca, após assassinato de jovem anarquista

(México) A solidariedade de Mazateca, Oaxaquenha, Mexicana e Internacional

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Primeiro Comunicado do CSPPE  (27 de abril de 2016)

Recebido por e-mail

Eloxochitlán de Flores Magón, é um município localizado nas montanhas da Sierra Madre Ocidental em Oaxaca, México, com população de aproximadamente 7000 pessoas, divididas em 18 bairros. Fazemos parte do povo de língua mazateca. Nos organizamos tradicionalmente em nossa Assembleia Comunitária, tanto para as decisões que se tomam através de discussões e acordos, como para a eleição de nossos cargos locais.

Nas últimas duas décadas, as mulheres e @s jovens são parte importante da construção e fortalecimento da Assembleia Comunitária. Existe entre nós trabalhos comunitários que não tem outra forma de pagamento que a a satisfação de compartilhar e coletivizar, baseando-nos na reciprocidade, na limpeza dos caminhos, no cultivo do milho, na construção de uma casa ou sua reparação, ou na organização das diferentes festas locais, entre outras solidariedades e ações comunitárias.

Nosso povo é rico em recursos naturais, água, bosque, terras… E estes são os bens comunitários que os Caciques locais junto com suas famílias, empregados e mercenários armados estão roubando,contando com a ativa colaboração policial proporcionada pelos Partidos políticos em conluio com o Governo atual de Oaxaca, e também com a cumplicidade comprada e interessada politicamente das diversas burocracias judiciais tanto nas comarcas como regionais.

Nossa luta é pela defesa do território Comunitário e pela Defesa de nosso Sistema Tradicional Comunitário, Assembleario com Democracia Direta e para que os partidos políticos não consigam se estabelecer em nossas comunidades…não ser dividido e corrompidos. Os Caciques, apoiados pelos partidos políticos, já geraram conflitos muito graves e diversos enfrentamentos violentos, contratando paramilitares para agredir e castigar muitas pessoas da Comunidade. Também conseguiram que o Exército Mexicano tenha registrado e batido casas, domicílios, e pessoas e nos bairros mais organizados.

Após todas estas agressões, os Caciques e Partidos instalaram suas próprias empresas familiares para extrair e roubar pedra, cascalho e areia dos rios da Comunidade. Depois da prisão de 12 membros das Assembleias Comunitárias, há 18 meses, por oporem-se firmemente a essa espoliação de nossa terra e por resistir ao luxo de violência e repressão local(mercenários),regional (polícia do governo de Oaxaca) e estatal (Exército Mexicano), e após o poder judicial corrupto emitir aproximadamente umas 50 Ordens de Detenção contra mais pessoas da Assembleia Comunitária, muitas famílias tiveram que se deslocar fugindo de mercenários armados, policiais estatais e ocasionalmente do Exército Mexicano. Não é delito e sim dever para conosco, nossos antepassados e com a humanidade, como comunidade Índia e Livre, defender a Terra e Autogovernos de forma Assemblearia, Solidária e Autogestiva, Autônoma.Exigimos e lutamos por:

   –  Liberdade para todos os nossos 12 presos e presas!!
–  O Fim da Perseguição Judicial aos integrantes das Assembleias Comunitárias!
–  Fora Paramilitares e Policias Estatais de nosso Território Comunitário!

Por um Eloxochitlan e um Povo Mazateco Livre e Autônomo. Por uma Oaxaca Autogestiva e Solidaria. VIVA TERRA E LIBERDADE! COMITÊ DE SOLIDARIEDADE COM OS PRES@S e PERSEGUID@S de ELOXOCHITLAN CSPPE (Email: solidaridadelox@gmail.com).

Traduzido por K

(Honduras) Em memória a Berta Cáceres, ativista indígena assassinada, e pela soltura de Gustavo Campo: ato de solidariedade no Rio de Janeiro

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Ativista ambiental e líder indígena dos lencas, Berta Cáceres, após anos de ameaças a sua vida, é assassinada no último 3 de março de 2016. Grande lutadora e liderança das lutas populares e indígenas em Honduras, foi assassinada pelo poder econômica das grandes empresas as quais ela lutava contra.

Berta foi assassinada em sua casa por invasores armados. Antes de sua morte, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos havia requisitado ao governo hondurenho proteção policial por conta das ameaças que a ativista recebia. No dia de sua morte, Berta não contava com nenhum tipo de proteção.

Em 2013, a ativista declarou a imprensa que “o exército [hondurenho] tem uma lista de assassinatos com o nome de 18 ativistas pelos direitos humanos com o meu nome no topo. Eu quero viver, ainda há muitas coisas que quero fazer nesse mundo mas eu nunca considerei desistir da luta pelo nosso território, por uma vida com dignidade, porque nossa luta é legitima. Eu tento ter cuidado mas, no final, nesse país onde a impunidade é total, eu estou vulnerável… Quando eles quiserem me matar, eles irão fazer.”

Co-fundadora e coordenadora do Conselho das Organizações Populares e Indígenas de Honduras, foi uma das principais líderes na campanha que conseguiu expulsar a maior empresa de construção de barragens do Rio Gualcarque.

Ativista mexicano que estava no momento com Berta está retido em Honduras: chamada para ato em sua solidariedade no Rio de Janeiiro

Gustavo Castro Soto, mexicano, também ativista e lutador, residente de Chiapas, estava hospedada na casa de Berta quando ela foi assassinada e foi ferido pelos invasores. Grupos acusam o governo hondurenho de ter detido o ativista e exige do governo mexicano que coloque pressão na soltura de Gustavo.

Na sexta-feira, 17 de março, haverá uma ação de solidariedade na cidade do Rio de Janeiro. Um ofício foi enviado para o consulado do México, exigindo a atuação do governo para levar Gustavo Castro de volta ao seu lar.

A conversa e entrega de documentos será às 12h. Militantes de distintas organizações estarão presentes no local desde as 11h30 na entrada do edifício, localizado na Rua Machado de Assis, número 20, Flamengo, Zona Sul da cidade.

Os grupos que convocaram essa ação pede o máximo possível de apoio e divulgação.

(Zapatismo) Para tod@s tudo em 2016! | Das montanhas do Sudeste Mexicano, palavras do EZLN pelo 22º aniversário

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Para tod@s tudo em 2016! | Das montanhas do Sudeste Mexicano, palavras do EZLN pelo 22º aniversário:

“Companheiros e companheiras, todos e todas, estamos seguros que vamos conquistar um dia o que queremos, para todos tudo, ou seja, nossa liberdade, porque agora nossa luta está avançando pouco a pouco e nossas armas de luta são nossa resistência, nossa rebeldia e nossa palavra verdadeira que não há montanha nem fronteiras que podem impedir que chegue até o ouvido e corações de outros irmãos e irmãs no mundo inteiro”.

Leia a íntegra abaixo! [Tradução Ruivo Lopes, publicado originalmente em Enlace Zapatista]

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(ZAPATISMO) 17 de Novembro de 1983 – 32 anos do Exército Zapatista de Libertação Nacional

Em 17 de novembro de 1983, seis pessoas fundaram o Exercício Zapatista de Libertação Nacional – ELZN nas montanhas de ChiapasMéxico.
O Movimento Zapatista e o Exército Zapatista de Libertação Nacional são manifestações baseadas em um dos grandes personagens da Revolução Mexicana, mas não defendem ou pretendem fazer uso de violência. O interesse do Movimento Zapatista é defender uma gestão mais democrática do território, a participação direta da população nas decisões do país, promover a partilha da terra e da colheita, além de preservar o passado e a tradição indígena do povo mexicano. São declaradamente antiglobalização.

Movimento indígena com características ocidentais
O Zapatismo é retratado às vezes como somente um movimento indígena. Mas ele não é isso. É um movimento indígena com características ocidentais. Um movimento horizontal, mas com formas militares hierarquizadas. Ou seja, é uma forma híbrida.
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Direitos das mulheres
Os zapatistas abordaram muitas questões importantes para essas sociedades (indígenas), como os direitos das mulheres, de uma maneira muito importante.
A questão de gênero, em toda sua dimensão, foi propriamente abordada e articulada pelos zapatistas. [Diversas das figuras mais proeminentes do movimento eram mulheres e, logo após o levante, os zapatistas fizeram uma serie de reivindicações específicas em relação a elas].
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O EZLN é um grupo indígena com inspirações Zapatistas com sede em Chiapas, o estado mais pobre do México. Incorpora tecnologias modernas como telefones via satélite e Internet como uma maneira de obter a sustentação local e estrangeira. Consideram-se parte do largo movimento de antiglobalização.
 
Sua voz mais visível, embora não seu líder, porque é um segundo-comandante — todos os comandantes são índios maias — é o subcomandante Marcos. O comunicado abaixo do subcomandante em 28 de março de 1994 explica o porque de esconder os rostos e porque todos os zapatistas dizem que se chamam “Marcos”: “Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, hispânico em San Isidro, anarquista na Espanha, palestino em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal, roqueiro na cidade universitária, judeu na Alemanha, feminista nos partidos políticos, comunista no pós-guerra fria, pacifista na Bósnia, artista sem galeria e sem portfólio, dona de casa num sábado à tarde, jornalista nas páginas anteriores do jornal, mulher no metropolitano depois das 22h, camponês sem terra, editor marginal, operário sem trabalho, médico sem consultório, escritor sem livros e sem leitores e, sobretudo, zapatista no Sudoeste do México. Enfim, Marcos é um ser humano qualquer neste mundo. Marcos é todas as minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo ¡Ya basta! Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e aguentar. Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este é Marcos.”
 
“Tudo para todxs, e nada para nós.”

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