A vida por si só é uma grande construção matemática de dependência mútua dos seus fatores e variáveis, a roda gira e varia sua velocidade em função do atrito do vento e solo, esses dois exercem forças em sentidos contrários alterando seu percurso e deslocamento, e ainda sem mencionar, claro, a energia propagada por esse processo é transformada em diversas outras formas. Assim provamos uma freqüência infinita de relações mútuas entre todos os fatores, direta e indiretamente, envolvidos nesse processo e em todos os outros processos na natureza.
Assim, também, são as relações humanas. O ser humano vive buscando desde a sua existência a liberdade, mas o ser humano não é diferente da natureza e tão pouco dos fatores físicos mútuos de qualquer processo dela. Logo liberdade não é um fato alcançável sozinha, ela depende de amplas construções, relações e interações sociais macro e micro.
Qual a influência que um indivíduo exerce sobre o outro e qual é a responsabilidade, nessa lógica mútua da natureza, das suas ações em função da sua liberdade?
A simples observação do indivíduo e suas formas de convivência, a despeito de sentimentos, nos indica o quão deturpada está o significado de liberdade. Qual é o limite da liberdade de um indivíduo? Até que ponto a minha liberdade limita a liberdade dos indivíduos ao meu redor? E se limita também pode ser considerado uma forma de opressão?
Entender que “a liberdade do outro estende a minha ao infinito” é compreender que simples atitudes podem influenciar diretamente se não tivermos a devida sensibilidade e consideração.
Liberdade é mais do que uma autonomia individual, não devemos confundir o “eu sou livre” nos julgando livres, quando do ponto de vista coletivo apenas estaremos sendo individualistas e em contra partida indiretamente cerceando o nosso redor da sua própria, grande ou pequena, parte de uma total liberdade. Jamais chegaremos a ela de forma individualista e é um erro crer nisso.
Entender a liberdade é conjugar igualmente consideração, responsabilidade e sensibilidade. A órbita que tange a liberdade é o limite finito e infinito das pessoas que estão ao nosso redor e cada um, sujeito que se julga livre, tem a responsabilidade do peso diretamente proporcional de se julgar livre.
“Tudo na natureza age de forma mútua e é por isso que a natureza é a prova física do que é liberdade.”
Por Rede de Informações Anarquistas
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