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(Itanhaém-SP) Relato sobre o No Gods No Masters Fest

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Nos dias 23 e 24 de Janeiro aconteceu o No Gods No Masters Fest, um evento anarquista e punk, no município de Itanhanhem, litoral de São Paulo.

O evento contou com uma grande quantidade de participantes. As atividades do festival foram bem diversas, desde oficina de horta, debates sobre as lutas libertárias hoje, passando até por oficina de pão. Além dessas atividades, os dois dias de evento contaram com apresentações de grupos e individualidades musicais anarquistas.

O evento que teve que mudar de local por causa da perda de um antigo espaço no qual o coletivo geria, o Semente Negra, ocorreu de maneira totalmente horizontal, fazendo com que todas as envolvidas com este, desde organizadoras até participantes, ajudassem a gerir o espaço e mantê-lo organizado coletivamente.

No Gods No Masters Fest é o segundo grande evento que o coletivo e distro No Gods No Masters realiza no município, grande evento pois, estes estão sempre realizando eventos de menor porte no local.

Fonte: http://anarcopunk.org/

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(São Paulo) 7 de Setembro: Uma História Não Contada

Vai chegando o 7 de Setembro, e é hora de contar uma história que pouquíssimas pessoas conhecem. Uma história passada em 1987, onde mais de 300 pessoas, entre eles punks, anarquistas e skatistas sofreram uma das maiores repressões da história deste país, numa manifestação antimilitarista em São Paulo.

Mas antes de entrar nessa história. Vamos contar como surgiu essas manifestações antimilitaristas no 7 de setembro, dia da “Independência do Brasil”, onde acontecem desfiles militares por todo o país.

O primeiro ato antimilitarista nessa data aconteceu em Brasília, em 1986, durante o desfile de 10 mil soldados, armamentos bélicos e politicagem em geral, em frente ao palanque do então presidente da república, o bigodudo José Sarney. Um grupo de anarquistas, punks e carecas, notadamente de São Paulo e Brasília, juntos, ergueram uma faixa, que dizia “Mais Armas, Mais Fome”, além de bandeiras negras, e palavras de ordem gritadas.

Com o enorme aparato de repressão, fardados ou à paisana, não demorou muito para o “pau comer”. Faixas, bandeiras e folhetos foram recolhidos pelos esbirros. Só não aconteceram prisões pelo receio do governo temer um tumulto generalizado.

Apesar da intimidação, os libertários continuaram protestando aos gritos, que se perdiam no meio da multidão.

E assim começa a história dos atos antimilitaristas nessa data “cívica”, se espalhando rapidamente por várias cidades do Brasil.

300 libertários presos e torturados em São Paulo

Agora estamos em 1987. Em São Paulo, resolvemos organizar um ato antimilitarista no dia do desfile militar, para dar continuação ao ato de Brasília. Quem estava puxando o protesto éramos nós, do Coletivo Libertário, que tinha participado da mani de BSB. Nessa época atuava nesse grupo, que era um dos mais ativos do Brasil.

Na verdade, o ato que tínhamos organizado era contra o armamentismo e contra a miséria existente no país. Tratava-se de uma manifestação pacifica, isto estava bem explicito nos cartazes e folhetos que confeccionamos, pois já temíamos a repressão.

Bem, dias antes do ato, o folheto de convocação da mani caiu nas mãos do Redson, do Cólera, uma banda punk, que tinha um programa na rádio 89 FM, com bastante audiência. Nesse período, o movimento punk numericamente tinha uma força, as bandas punks tocavam em algumas rádios, existia uma agitação punk, o skate estava na moda… Dizem que foi o segundo “boom” punk no Brasil.

Enfim…

O Redson, que tinha um perfil pacifista, gostou do texto, e leu na rádio, dando todas as dicas, local de concentração etc. Tínhamos marcado a concentração na estação Ponte Pequena do metrô. Não deu outra, no dia do ato, apareceram centenas de punks, libertários, skatistas. Mas também a polícia, que armou um dos maiores cercos repressivos aos libertários na história desse país. Nunca tinha visto algo igual. Praticamente em todas as estações do metrô tinha um grupo de policiais detendo pessoas com visual punk.

Eu, por sorte, não fui pego, pois não andava de visual. Porém, se fosse estaria frito, já que as faixas e folhetos para serem distribuídos na mani estavam comigo. Mas eu vi companheiros ficarem nus em praça pública para averiguação.

Os punks nem desciam do metrô e já eram jogados em caminhões da Polícia Militar, amarrados e levados para alguma delegacia. Nessas delegacias eram agredidos, torturados, tinham seus moicanos cortados. Eram obrigados a fazer a limpeza das delegacias, mulheres eram assediadas por policiais. Foi um horror! Só depois de muitas horas de humilhações que o pessoal foi solto. Mas alguns punks, como o punk Revolta, ficaram dias presos, sem sabermos onde estava detido.

Foi uma loucura, pois não tínhamos nenhuma estrutura de advogados, contatos… Foi desesperador não fazer nada, só esperar o tempo passar para que os companheiros fossem soltos. A manifestação mesmo nem aconteceu.

Moésio Rebouças

Folheto de convocação do ato

A consciência dos brasileiros fica suja ao permitir que no nosso país sejam feitos desfiles enaltecendo o desenvolvimento enaltecendo o desenvolvimento bélico. Devemos nos envergonhar por sermos o 3º maior exportador de armamentos leves do planeta. Assim é que ajudamos a se manterem no poder ditadores que armam suas polícias contra seus povos.

Assim é que nos alimentamos de guerras fatricidas em outros países enquanto a fome e a miséria social se tornam realidades cada vez mais presentes entre nós.

Toda riqueza vem do trabalho! Deveríamos orientar nossa força produtiva comum ao desenvolvimento do individuo e da coletividade, ao invés disso, 85% do resultado de nosso esforço comum se dirige à indústria bélica.

Quem é que se beneficia com o fabrico, exposição e venda de armas? Militares, políticos e banqueiros!!!

Eles fazem as guerras em que os melhores filhos do povo morrem como bucha de canhão.

Assim, de acordo com a nossa posição, convocamos uma manifestação pacífica, que acontecerá no dia do desfile militar de São Paulo, 7 de setembro. Concentração a partir das 8:00 horas da manhã na Estação Ponte Pequena do metrô.

Apelamos à participação de todas as pessoas que aspirem a uma sociedade livre e igualitária. Preparem suas faixas, fanzines, panfletos…

CONTRA ESTA SOCIEDADE MILITARIZADA

DESOBEDIÊNCIA CIVIL

Fonte: https://www.nodo50.org/insurgentes/textos/brasil/12historiacontada.htm

Protesto Anarco Punk durante o 7 de setembro em Florianópolis (1997)
Protesto Anarco Punk durante o 7 de setembro em Florianópolis (1997)

 

(São Paulo) Solidariedade ao Centro de Cultura Social Vila Dalva, iniciativa Anarc@Punk

Saudações Anarc@Punk, companheir@s!

Estamos escrevendo para pedir apoio mútuo e colaboração para nosso novo (velho) projeto que já está em andamento: o CCS – Favela Vila Dalva (Centro Comunitário Favela Vila Dalva) e que já estamos em processo de reforma, pintura e arrumação. Tais ações são necessárias porque o espaço estava totalmente destruído e abandonado por anos.

Nós, da Comuna Aurora Negra, resolvemos reocupar esse espaço, onde funcionava uma creche e o antigo centro comunitário da favela, com o apoio d@s morador@s. Já recebemos algumas doações de materiais e coisas que iremos utilizar no espaço e ajuda nas limpezas e arrumações, que ainda continuam pois ainda há muito a ser feito.

Agora estamos enviando essa carta para vocês que conhecem nossa cominada e história de militância dentro e fora do Movimento Anarquista e Anarc@Punk para pedirmos uma ajuda em dinheiro. Precisamos desse apoio financeiro para arrumar os tetos que são de gesso e que ficou no valor de 1.271,50 (orçamento feito por um mano gesseiro aqui do bairro com valor bem reduzido e camarada!) e para comprar algumas telhas grandes para substituir as que estão em péssimo estado e precisando serem trocadas (9 telhas R$ 250,00 – a colocação ficará por nossa conta). As que derem para tapar com “durepox”, vamos fazer pra economizar! Total: R$ 1.521,50.

Queremos iniciar as atividades no início do mês de Agosto, pois é a data que colocamos como limite para as arrumações (e continuarmos na casa atual da Comuna) e deixar o local habitável e com as mínimas condições de iniciarmos nossas atividades que serão diversas: para crianças, adolescentes e adult@s, juntamente com nossa biblioteca e arquivos com diversos temas: Punk, Anarquista, do universo libertário e outros diversos (livros, jornais, zines, panfletos, revistas, material que já soma mais de 21 anos de história pois se iniciou com a Comuna Goulai Polé em 1994 e está viva até hoje sob nossa responsabilidade). Continuamos com o projeto anarquista e anarc@punk de vivência em comunidade aqui e agora (e não para um futuro distante), solidariedade, apoio mútu@ e autogestão!

Bom, companheir@s. De início, é isso. Temos mais valores em mãos para outros serviços e arrumações, mas esses citados acima são os mais importantes no momento. Os outros estamos fazendo na medida do possível e do impossível também! Logo mais informaremos em uma lista as coisas que já recebemos e fizemos no local, com fotos, valores e tudo mais. Esperamos vocês em breve por aqui para conhecerem nosso espaço! Contamos com o seu apoio!

Segue o número da conta para deposito: Banco Itaú: Agencia 6997 – Conta Corrente: 00383-2 (Doralice David dos Santos), em prol do CCS – Favela Vila Dalva. Se possível, enviar o comprovante de depósito para o seguinte e-mail, pois estamos registrando tudo: comunaauroranegra@krutt.org.

Página do Centro de Cultura Social Vila Dalva nas redes sociais. Iniciativa do Movimento Anarc@Punk de São Paulo (MAP-SP).

COMUNA ANARC@PUNK AURORA NEGRA – MOVIMENTO ANARC@PUNK DE SÃO PAULO (MAP). FAVELA VILA DALVA E COLABORADOR@S. NÃO SOMOS SÓ PALAVRAS… VIVENDO A ANARQUIA!

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