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(Rio de Janeiro) Sobre o julgamento de Rafael Braga Vieira

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Postado originalmente por Cumplicidade.

No dia 12 de abril a audiência que ia determinar ou não se Rafael Vieira ia seguir em prisão foi prorrogada para o dia 11 de maio já que um testemunha da defesa não compareceu. Reuniu-se uma galera na frente do tribunal de justiça para dar uma força solidaria a Rafael e manifestar sua indignação.

Lembramos que Rafael foi preso durante as manifestações de junho de 2013 no Rio, acusado de porte de explosivos enquanto levava na mão uma garrafa de detergente pinho sol. Depois de passar mais de dois anos preso, sai às ruas com “arresto domiciliar” e logo foi forçado a usar um tornozelo eletrônico. Porém, foi pego novamente, de caminho à padaria, foi espancado e torturado. Logo, Rafael foi conduzido à 22ª Delegacia de Polícia (Penha). Somente ali, de acordo com o advogado, ele se deparou com 0,6 g de maconha, 9,3 g de cocaína e um rojão, cujo porte lhe foi falsamente atribuído pelos policiais que o prenderam.

A insistência do estado em querer deixar Rafael atrás das grades é uma expressão clara que neste território, a justiça se faz a base de racismo institucionalizado. O caso é tão absurdamente ridículo que deixa ainda mais claro a urgência que temos por criar nossos próprios códigos e valores, nossas próprias maneiras de fazer justiça também… Frente a esta violência racista institucional, solidariedade é ação direta!

Força e liberdade para Rafael!

(Rio de Janeiro) Rafael Braga Vieira: o retrato da criminalização da pobreza

Ficamos muito felizes ao ver tantas fotos com arco-íris nos perfis, mesmo que seja uma ação institucional de um capitalismo que está sendo obrigado a se adequar à tolerância e o respeito a diversidades, e isso deve-se dizer, é fruto da organização e de anos de luta árdua dos movimentos LGBT’s. A luta de todxs companheirxs LGBT’s está dando seus frutos e ficamos felizes ao ver tantos perfis (até de pessoas inesperadas, não?) nos mostrando que, mesmo que o conservadorismo exista, ele tem um inimigo à altura.

No entanto, pegamos carona nessa mídia pra divulgar uma outra questão que ainda não conquistou tantas vitórias como a comunidade LGBT. Como é a questão do racismo no Brasil.

Você sabia que o Brasil ainda tem um preso das jornadas de junho de 2013?

E sabia também que ele é o ÚNICO PRESO dessas mesmas jornadas de junho?

Sim. Ele é Rafael Braga Vieira. Rafael Braga não era manifestante, não era militante, não era anarquista, nem marxista, nem black bloc nem hare khisnna. Rafael é negro. E Rafael, por também ser pobre, estava na rua, saindo do trabalho (Rafael trabalha como catador de materiais recicláveis), quando trombou com uma manifestação das jornadas de junho violentamente reprimidas pela polícia.

Rafael estava com uma garrafa de desinfetante na mão, que levava para sua mãe, em casa, quando no meio de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, foi preso acusado de portar um “artefato explosivo” (Pinho Sol!!!), e está lá em Bangu, já fazem dois anos, tendo ido para a solitária por um período.

Rafael é um bode expiatório. Nós sabemos que ele é inocente e nada fez, o Sistema também sabe. Mas quer usa-lo como exemplo. A classe dominante quer que o povo negro e pobre pensei “não devo me envolver com luta alguma, porque no fim, quem se fode sou eu”. Os outros presos, que alguns gostam de separar e dizer “políticos”, não estão presos até hoje. Mas Rafael está.

Rafael é um preso do racismo. E o racismo é a ordem dessa sociedade. Precisamos quebrar com essa sociedade então. Um dos primeiros passos é destruindo as grades das prisões!

TODO PRESO E PRESA É UM PRESX POLÍTICO!
LIBERTEM RAFAEL BRAGA!

Texto extraído da página Anarquistas Ensinam

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