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(França) Hoje a Comuna de Paris completa 145 anos

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Em meio a essa crise política no Brasil, onde as soluções dadas em um nível institucional representam mais do mesmo, tudo em nome dessa falsa “democracia”, essa sim o verdadeiro golpe, há de se olhar para o passado:

A Comuna de Paris completa hoje 145 anos. Foi no dia 18 de março de 1871 que se iniciou a constituição da primeira experiência histórica de autogoverno operário e popular, a qual durou cerca de quarenta dias.

Em semanas, a Comuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores combinados – e provavelmente mais do que os governos posteriores:

– O trabalho noturno foi abolido;

– Oficinas que estavam fechadas foram reabertas para que cooperativas fossem instaladas;

– Residências vazias foram expropriadas e ocupadas;

– Em cada residência oficial foi instalado um comitê para organizar a ocupação de moradias;

– Todas os descontos em salário foram abolidos;

– A jornada de trabalho foi reduzida, e chegou-se a propor a jornada de oito horas;

– Os sindicatos foram legalizados;

– Instituiu-se a igualdade entre os sexos;

– Projetou-se a autogestão das fábricas (mas não foi possível implantá-la);

– O monopólio da lei pelos advogados, o juramento judicial e os honorários foram abolidos;

– Testamentos, adopções e a contratação de advogados tornaram-se gratuitos;

– O casamento tornou-se gratuito e simplificado;

– A pena de morte foi abolida;

– O cargo de juiz tornou-se eletivo;

– O calendário revolucionário foi novamente adoptado;

– O Estado e a Igreja foram separados; a Igreja deixou de ser subvencionada pelo Estado e os espólios sem herdeiros passaram a ser confiscados pelo Estado;

– A educação tornou-se gratuita, secular, e compulsória. Escolas noturnas foram criadas e todas as escolas passaram a ser de sexo misto;

– Imagens santas foram derretidas e sociedades de discussão foram adotadas nas Igrejas;

– A Igreja de Brea, erguida em memória de um dos homens envolvidos na repressão da Revolução de 1848, foi demolida. O confessionário de Luís XVI e a coluna Vendôme também;

– A Bandeira Vermelha foi adotada como símbolo da Unidade Federal da Humanidade;

– O internacionalismo foi posto em prática: o facto de se ser estrangeiro tornou-se irrelevante. Os integrantes da Comuna incluíam belgas, italianos, polacos, húngaros;

– Instituiu-se um escritório central de imprensa;

– Emitiu-se um apelo a Associação Internacional dos Trabalhadores;

– O serviço militar obrigatório e o exército regular foram abolidos;

– Todas as finanças foram reorganizadas, incluindo os correios, a assistência pública e os telégrafos;

– Havia um plano para a rotação de trabalhadores;

– Considerou-se instituir uma Escola Nacional de Serviço Público, da qual a atual ENA francesa é uma cópia;

– Os artistas passaram a autogerir os teatros e editoras;

– O salário dos professores foi duplicado.


Texto retirado da página do coletivo de informação Guilhotina.info

Mais informações sobre a Comuna de Paris, na página da Wikipedia.

Artigo da Carta Maior sobre a revolução social da Comuna de Paris, aqui.

A história da Comuna de Paris, antes, durante e depois, em espanhol.

Relato de Piotr Kropotkin sobre a Comuna de Paris, aqui.