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(Ceará) Assembleia Popular Horizontal de Fortaleza lança campanha “Fora todos! Poder para o povo!”

fora todos

Os recentes áudios vazados comprovam o que todos nós já sabíamos: que a corrupção e a podridão estão presentes em todas as instituições que sustentam o sistema. Deputados, senadores, ministros, militares, imprensa, empresários, partidos, supremo tribunal federal, políticos ditos de esquerda e de direita, etc.

Mostram assim que não estão do lado do povo, mas de um sistema baseado na concorrência das grandes empresas capitalistas pelo controle e uso dos recursos do país.

O Estado, sempre corrupto, nos rouba não apenas dinheiro, mas junto com o capital, nos rouba a própria vida. Nos roubam da saúde, da educação, da merenda, roubam nossa cultura, nossa internet, nossa terra, nossos direitos, nossa liberdade.

Não ficaremos calados. Chegou a hora do povo dizer basta! Tudo o que nos roubaram até hoje, nós tomaremos de volta a partir de agora!

Ocupemos as escolas, os prédios públicos, as fábricas, as terras, as praças, as ruas! Ocupemos a vida e experimentemos decidir por nós mesmxs o que juntxs queremos viver!

Vamos construir desde baixo a única saída verdadeiramente popular: A democracia direta e real, sem políticos para decidir por nós! Vamos à luta juntxs, em uma grande manifestação por todo o país, de forma horizontal, autogerida e descentralizada!

Por Assembleia Popular Horizontal :: Fortaleza

(França) Noites de Pé: apelo a uma revolta global no dia 15 de maio | Encontro internacional em Paris, dias 7 e 8 de maio

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Nuit Debout (ou Noites de Pé, em português): APELO A UMA REVOLTA GLOBAL EM 15 DE MAIO | ENCONTRO INTERNACIONAL EM PARIS DIAS 7 E 8 DE MAIO

Nós chamamos pessoas e movimentos de todo o mundo a mobilização pela justiça e pela democracia real no fim-de-semana de 15 de maio, 2016, por uma revolta global! Nós convidamos vocês para vir a Paris por um Encontro Internacional dos movimentos na Praça da República (Place de la Republic) nos dias 7 e 8 de maio.

Em 46 de Março (15 de Abril), duas semanas depois da grande mobilização que envolveu milhões de pessoas em Paris, o movimento Nuit Debout não pára de crescer. Em numerosas cidades francesas e estrangeiras, as Noites de Pé vêem o dia e testemunham esperanças e revoltas comuns. Todos aqueles que passaram pelas praças ocupadas e que nelas estão participando nesse momento sabem-no bem: algo está a acontecer.

Habitantes do mundo inteiro, façamos cair as fronteiras e construamos juntos uma nova primavera global de resistência! Venham juntar-se a nós nos próximos 7 e 8 de Maio em Paris, na Praça da República, para nos encontrarmos, debater, compartilhar as nossas experiências e os nossos saberes, e começar a construir em conjunto perspectivas e soluções comuns. Sobretudo, preparemo-nos e lancemos juntos uma grande ação internacional no fim-de-semana do 15 de Maio (#76mars) para nessa data ocupar massivamente as praças públicas por todo o mundo.

Nuit Debout fixou como objetivo primeiro a criação de um espaço de “convergência de lutas”. Esta convergência pode ir ainda mais longe, para além da França, e fazer-se ouvir a um nível internacional. Existem laços entre os numerosos movimentos que, nos quatro cantos do mundo, se opõem à precariedade, à imposição dos mercados financeiros, à destruição do ambiente, às guerras e ao militarismo, à degradação das nossas condições de vida e às desigualdades inaceitáveis.

Diante da competição e do individualismo, nós respondemos com a solidariedade, com a democracia participativa e com a ação coletiva. As nossas diferenças não são mais fonte de divisões, mas a base da nossa complementaridade e da nossa força comum.

Nem ouvidos nem representados, nós, pessoas de todos os horizontes, reapropriamo-nos juntos da palavra e do espaço público: nós fazemos a política porque ela é o assunto que a todos e todas diz respeito. Hoje não é mais o momento de nos indignarmos sozinhos no nosso canto ou de recuarmos, mas de agirmos de forma coletiva.

Nós, os 99%, temos a capacidade de agir e de repelir definitivamente o controle financeiro e político dos 1% e seu mundo. Nós estamos aqui para retomarmos nossas cidades, nossos locais de trabalho, nossas vidas.

A 7 e 8 de Maio, vamos nos juntar em Paris na Praça da República!

No fim-de-semana do 15 de Maio, levantemo-nos todos juntos: Noites de Pé em todos os cantos, em todo o globo!

(Artigo) Por um resgate do ¡que se vayan todos!

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A cartografia do Facebook, feita pelo Fábio Malini, demonstra que cresceu muito, em apenas uma semana, o número de eventos, grupos e páginas criadas para “defender a democracia” e dizer “não vai ter golpe”. Se em 19/03 eram 64, ontem, 27/03, já são 793 (para ler a cartografia completa do ‪#‎nãovaitergolpe‬ no Facebook feita pelo Malini, ver: http://bit.ly/22F2k2g).

É impossível dar conta de todas as páginas e eventos – mas entre os poucos que posso acompanhar se destacam dois elementos:

1) são, em sua maioria, eventos de cunho cultural, organizados por movimentos sociais, estudantis e pela classe artística;

2) a narrativa hegemônica dessas páginas e eventos se restringem a uma postura meramente defensiva, sem tecer críticas contundentes ao governo Dilma nem apresentar uma necessidade de ampliação/radicalização da democracia – chegam até mesmo a pedir pela “manutenção do Estado democrático de direito” (exemplo: http://bit.ly/1MN0Juz).

Sim, não posso deixar de reconhecer que, entre as vozes que compõem o discurso ‪#‎pelademocracia‬ e ‪#‎contraogolpe‬, eu incluso, há inúmeras falas críticas que pedem por mudança – mas, mesmo assim, a narrativa hegemônica por trás do movimento #nãovaitergolpe ainda é defensiva e reativa, e não propositiva e proativa; se defende mais do que propõe.

Para observadores externos, é essa narrativa – que se expressa, principalmente, nos títulos de páginas, nas descrições dos eventos, nas hashtags reproduzidas, nos memes compartilhados – a que importa. É essa a que dialoga com o mundo que nos cerca e que passa a imagem geral do movimento.

Sim, eu defendo o movimento #nãovaitergolpe, não por apoiar o governo, longe disso, mas por reconhecer que o que está em jogo não é apenas a manutenção ou não do Partido dos Trabalhadores (PT), mas os (poucos) direitos conquistados nas últimas décadas pelos movimentos sociais, direitos esses que estão sendo ameaçados frente ao avanço da direita e do discurso conservador.

No entanto, ao lutarmos contra esse avanço, acredito que estamos cometendo um erro grave. Posso estar enganado. Explico.

As últimas pesquisas realizadas pelo Datafolha reveleram que, enquanto 64% dos pesquisados rejeitam o governo Dilma, 68% são a favor do impeachment (links para as pesquisas, http://bit.ly/1TO3YIihttp://bit.ly/22pRexS, respectivamente).

Se partirmos do (limitado, reconheço) pressuposto que esses números são representativos do contexto político atual, poderíamos dizer que a indignação e desejo por mudanças é generalizado entre a população, e não apenas restritos à classe média profissional, majoritariamente presente nas manifestações no último 12/3 a favor do impeachment (para o perfil dos manifestantes que foram à Avenida Paulista, em São Paulo, no último 12/3, veja: http://bit.ly/1TepgPL).

Portanto, se há um desejo generalizado por mudanças, como esperamos dialogar com essa população, ator político fundamental no processo político, se a narrativa hegemônica do #nãovaitergolpe não só é meramente defensiva, como também chega até mesmo a pedir por manutenção?

Entre os discursos mais ressonantes postos no polarizado cenário político atual, as manifestações pelo impeachment do 12/3 são as únicas que pedem por mudanças – que representariam um retrocesso trágico, sim, mas ainda assim, talvez para o senso comum, mudanças (aqui desconsidero as vozes que mesclam críticas ao atual governo com a campanha contra o golpe por achar que nós, infelizmente, não conseguimos ainda vocalizar nossos ideais para fora de nossos nichos).

Nesse momento, apostar em um discurso da manutenção e da defesa enquanto a maior parte da população anseia está insatisfeita com o status quo e anseia por mudanças, é, ao meu ver, dar um tiro no pé. É dar espaço para o avanço conservador crescer, é nos recusarmos ao diálogo. Espero estar enganado.

Para finalizar, uma provocação: e se, ao invés de todos os “pela democracia” e “contra o golpe”, fizéssemos uma reedição do “¡Que se vayan todos!”, lema piquetero que surgiu durante a crise política e econômica de 2001 na Argentina – e que desencadeou na formação de assembleias populares nos bairros?

Ou seja, um “fora todo mundo!”, não negando a política cotidiana, como faz o neofascismo, mas sim pautando a radicalização da democracia e uma efetiva participação popular na política? “Fora todo mundo! Pela democracia direta!” (Sobre os movimentos piqueteros de 2001 na Argentina, ver: http://bit.ly/21PfPqr).

Nesse sentido, as escolas ocupadas no Rio de Janeiro, a ‪#‎OcupaMendes‬ e a ‪#‎OcupaGomes‬, dão um show de autogestão e democracia direta para além dos binarismos apresentados no contexto político atual (para acompanhar os trabalhos da ocupação da CE Prefeito Mendes de Moraes e da CE Gomes Freire de Andrade, sigam as páginas das ocupas, respectivamente: http://bit.ly/1pFvwEs e http://ow.ly/106XgF).

Por Sabiá