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(Ceará) Assembleia Popular Horizontal de Fortaleza lança campanha “Fora todos! Poder para o povo!”

fora todos

Os recentes áudios vazados comprovam o que todos nós já sabíamos: que a corrupção e a podridão estão presentes em todas as instituições que sustentam o sistema. Deputados, senadores, ministros, militares, imprensa, empresários, partidos, supremo tribunal federal, políticos ditos de esquerda e de direita, etc.

Mostram assim que não estão do lado do povo, mas de um sistema baseado na concorrência das grandes empresas capitalistas pelo controle e uso dos recursos do país.

O Estado, sempre corrupto, nos rouba não apenas dinheiro, mas junto com o capital, nos rouba a própria vida. Nos roubam da saúde, da educação, da merenda, roubam nossa cultura, nossa internet, nossa terra, nossos direitos, nossa liberdade.

Não ficaremos calados. Chegou a hora do povo dizer basta! Tudo o que nos roubaram até hoje, nós tomaremos de volta a partir de agora!

Ocupemos as escolas, os prédios públicos, as fábricas, as terras, as praças, as ruas! Ocupemos a vida e experimentemos decidir por nós mesmxs o que juntxs queremos viver!

Vamos construir desde baixo a única saída verdadeiramente popular: A democracia direta e real, sem políticos para decidir por nós! Vamos à luta juntxs, em uma grande manifestação por todo o país, de forma horizontal, autogerida e descentralizada!

Por Assembleia Popular Horizontal :: Fortaleza

(Artigo) Não precisamos de heróis

Quando supervalorizamos, endeusamos, esquecemos que tudo é sagrado! Perdemos a dimensão do todo e ficamos apenas com a parte!

Acreditar que alguém tem o poder de ser herói é abrir mão de nossa própria incumbência. Precisamos nos perguntar, porque necessitamos de heróis? Por que precisamos de alguém ou de uma estrutura ideológica como objeto de adoração?

Parece que o capitalismo tem a propriedade de cooptar qualquer coisa que atinja uma grande popularidade para seu uso, ou seja, para seu próprio benefício, e para manipular opiniões! Tanto assim que o primeiro super-herói, o SuperMan foi criado e serviu para projetos ideológicos. “Eles” têm super poderes e podem dominar o mundo! Dominar o mundo! Esse é o projeto de poder por trás!

Vivemos numa sociedade que lança expectativas sobre nós desde o útero materno, somos sempre alvos de enormes expectativas que muitas vezes não tem nada a ver com nosso eu essencial e que nos sobrecarregam sufocando nossas reais potencialidades. Nossa criança interior fez negociações por amor e muitas das quais não têm a menor condição de cumprir! Crenças, ficções, que alimentam uma perfeição impossível de ser alcançada! Ser herói/heroína é uma delas!

Portanto, se você quer que alguém se destrua e sucumba ao peso de um esforço sobre-humano – torne-a um herói/heroína! Porque, convenhamos, até que ponto um super herói/heroína pode ser considerado um ser humano? Temos o direito de retirar-lhes a humanidade, sua vulnerabilidade? E como será a vida secreta de nossos heróis? O que acontece em seu mundo secreto quando precisam enfrentar a relação com seu verdadeiro eu? A que imagem mitificada tem o herói que corresponder? É possível sustentar sem se diluir? Não será essa lógica semelhante aquela que a mídia utiliza para hipnotizar com suas novelas? E que fabrica tal espetáculo para de propósito confundir ficção com realidade e com isso dessensibilizar, adiar nossa autonomia, nosso amadurecimento?

A dor de existir é algo inescapável!

Se temos possibilidade de ter nossa expressão no mundo e ser referência para outras pessoas, então nosso empenho serve apenas para lembrar que todos somos frágeis e que precisamos desenvolver nosso potencial para cumprir nossa tarefa, nossos dons! Transferir nossa responsabilidade para quem quer que seja pode ser muito confortável, mas é um enorme egoísmo!

Estamos construindo novas formas de estar no mundo, nem um líder, nem multidão! Singularidades simples, meia dúzia de gatos pingados em cada esquina, em cada praça, ajudando a recordar nossa humanidade, nossa interdependência!

Que o ativismo político atual possa alcançar a capacidade de criar uma nova ética planetária onde cada um lança uma semente para contribuir com um mundo onde haja justiça social, tomando cada um seu próprio dom e potencialidade para gerar um tempo onde as futuras crianças não precisem de heróis, pois a vida será sagrada!

Por companheiros e companheiras que frequentam a Assembleia Popular do Largo do Machado, no Rio de Janeiro

(Marselha) Breve reportagem da manifestação selvagem noturna de 16 de Abril

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Fotos da Action Française [Ação Francesa] na Rua Navarin

Depois de muitas horas sentadxs no Noite de Pé [NuitDeBout], algumas pessoas tomaram a palavra para apelar a uma partida em manifestação selvagem. Grande parte da assembleia levantou-se para uma caminhada pela cidade…

Cerca das 23:30 duas centenas de pessoas descem a Rua Estelle aos gritos de “greve, bloqueio, manifestações selvagens”, “Marselha, de pé, levanta-te”, “lei, trabalho, retirada dos dois”. A manifestação dirigiu-se para o local do PS, que se encontra recoberto de palavrinhas, e cujas janelas se encontram altamente blindadas. Quase sem pausa, partiu-se para o pequeno local da frente nacional, bem escondido, perto da Praça Castellane. Lojas fechadas e alguns transeuntes incentivando a manifestação, aproximando-se e até a acompanhando num pequeno trajeto.

Reinicia-se em direção à baixa, desta vez pela Rua Navarin. E desta vez os fachos da Ação Francesa não têm a polícia anti-motim para proteger a sua sede. Sede na qual as janelas não são blindadas e onde a porta foi rapidamente destruída aos gritos de “Chega de fachos nos nossos bairros, chega de bairro para os fachos”  e com os sorrisos dxs habitantes do bairro – que vêem tudo o que se está a desenrolar – a acompanhar-nos.

Ainda a gritar palavras de ordem contra a lei El-Khomri, trabalho e polícia, a manifestação rapidamente atingiu a baixa, depois Cours Julien, onde o Noite de Pé seguiu o seu curso.

em francês via Marseille Autonomous Info  l  inglês