Category Archives: ARTIGOS E RESISTÊNCIA

(Uruguai) De 5 de junho à 5 de julho: mês pela terra e contra o capital

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Antes que uma nova tecnologia venha querer nos convencer de que é possível um capitalismo verde, humano, uma gestão mais saudável da devastação e a vida controlada, decidimos intervir.

Antes que nos acostumemos a tanto espetáculo, a perder até a última ilusão de um mundo onde a natureza não escape de ser mercantilizada e coisificada para uso estatal e empresarial, decidimos atuar.

Os protestos pela terra, como tudo neste sistema, tendem a fossilizar-se, tendem a converter-se em parte das vitrines do “dia de”.

Em troca, a ação descentralizada, frontal, livre e autônoma; a ação que busca a raiz do problema e os meios concretos para dar-lhe solução, se dirige ao Capital e às relações sociais que este produz.

Antes de comprovar que já não podemos beber mais água ou ter que pagar por toda a comida às mesmas empresas que a controlam, decidimos não esperar mais, decidimos potencializar a resistência que faz um tempo atravessa os continentes e os oceanos.

As ações de todo tipo nos unem. Potencializemos a crítica real, a que leva em si mesma a prática concreta de uma nova forma de entender a natureza e as relações com os outros e o outro.

O desenvolvimento do capital se faz através de planos, os Estados e as empresas tem suas bases no território, a devastação se concretiza nas ferramentas que se utilizam, tiremos a resistência da abstração, o show e o desespero ativista para convertê-lo em ações que realmente vão transformando a realidade. Juntemos o compromisso e a projeção de nossas lutas para gerar uma transformação real e ampla.

O mês pela terra e contra o capital busca ser uma jornada nada estável ou sacra para potencializar nossas lutas pelo território contra a devastação capitalista e as falsas receitas que tentam potencializar a dominação ou no máximo defender uma menor…

Aos especuladores de todo tipo, à redução da vida e da natureza em mercadoria, à soberba de quem se crê dono do vivo contrapomos a liberdade de todos.

A terra não se vende, se defende!

Pela terra e contra o capital.


Contato:

porlatierraycontraelcapital.wordpress.com

porlatierraycontraelcapital@riseup.net


Originalmente publicado no site da Agência de Notícias Anarquistas

(Rio de Janeiro) Quando a regra é a exceção! Encontro preparatório da Caravana dos 43 de Ayotzinapa

QUANDO A REGRA É A EXCEÇÃO!

Violência sistêmica d’Estado, contra-violência e resistência anti-sistêmica e descolonial na América Latina hoje!

ENCONTRO PREPARATÓRIO DA CARAVANA LATINO-AMERICANA PELO RETORNO COM VIDA DOS 43 ESTUDANTES NORMALISTAS DESAPARECIDOS DE AYOTZINAPA/MÉXICO

caravana43_vivolosqueremosNesta quarta, 03 de junho, ocorrerá um encontro com coletivos de resistências de base territorializada de favelas, aldeias de diversas perspectivas teórico-políticas, das lutas de base territorializadas, como atividade de greve e de construção coletiva de conhecimento, no Auditório Milton Santos do Instituto de Geociências da UFF. A chegada de familiares dos 43 de Ayotzinapa ao Rio de Janeiro será em contextos de lutas nas ruas, nas universidades públicas, pelo direito de greve, contra ameaças de perseguições políticas, demissões arbitrárias, remoções autoritárias como violência de estado, sistêmica/institucionalizada em que A EXCEÇÃO É A REGRA! Inclusive nas universidades que se requerem no figurino francês iluminista, mas na prática cumprem a ordem unida do estado fascista! Mas principalmente nas favelas, ao contrário do que dizem os acadêmicos do Estado, na incrível “arte de fazer desaparecer…”, corpos, vidas, irmãos, pais, filhas, mães, avós, pessoas… E também, como no relatório CPT de Conflitos no Campo, 2014, em terras de resistências indígenas e camponesas estão sendo criminalizadas, perseguidas, ameaçadas, desaparecidas, mutiladas, massacradas, assassinadas cotidianamente nas frentes de desenvolvimento capitalista no Brasil e na América Latina: PAC, IIRSA, etc.

A Caravana Latino-Americana pelos 43 desaparecidos de Ayotzinapa fará também seu encontro com os movimentos de resistência no Rio de Janeiro nos dias 10, no Complexo da Maré, 11 na Aldeia Maraká’nà, e 12 em Ato Público na UERJ.

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Segue, mais informações sobre o encontro preparatório “QUANDO A REGRA É A EXCEÇÃO!”*:

Programação

| MANHÃ | 8h-9h | Pátio de Entrada do Instituto de Geociências |

Sala 206 do prédio da Geociências

Círculo de Recepção, Apresentação e Dinâmica de Situação e construção coletiva da Atividade de Greve

| TARDE | A partir de 14h | Auditório Milton Santos |

Mesa de Exposição e Debates

Sentidos da Caravana de Ayotzinapa

Juliana Bittencourt (Coletivo Geni e Rede de Coletivos por Ayotzinapa)

Território e Dignidade: sentidos dos conflitos na América Latina e
Lançamento do Relatório sobre os Conflitos e a violência no Campo, 2014, da CPT

Professor Carlos Walter Porto-Gonçalves (LEMTO/GeoUFF)

Educação em Tempos de Exceção

Mônica Lima (Professora da UERJ e do sistema sócio-educativo, do coletivo ADEP, e da Resistência Aldeia Maraká’nà)

Lutas Urbanas e Direito à Cidade

Natália Fajardo (Estudante da UFF de Arquitetura e Urbanismo e do coletivo FENEA)

Abolicionismo Penal como Descolonização do Poder desde o Sul

Fernando Henrique Cardoso (Estudante de Direito da UFF, coletivo TACAP)

O perímetro da FIFA, novos territórios de exceção? Tiro, porrada e bomba e o retorno das perseguições políticas no Brasil?

Bruno Machado (Estudante de história da UFF, um dos mais de 23 ativistas perseguidxs pelos protestos contra a Copa do Mundo em 2013)

Releitura Crítica do Mapa da Violência no Brasil ou d'”Arte de fazer desaparecer corpos”

Maurício Campos (Engenheiro civil, assessor de movimentos sociais e fundador da Rede de Comunidades de Favelas e Movimentos Contra a Violência de Estado)

Teko Haw Maraká’nà como Resistência Anti-sistêmica e Descolonial

Urutau José W. P. Guajajara Tenetehara (Professor de Cultura e Línguas Tupi-Guarani no Museu Nacional/UFRJ, Pluriversidade-Aldeia Intercultural de Resistência dos Povos do Maraká’nà – Coletivo CESAC-Cauyré)

caravana43_los43deayoRESUMO

Uma delegação de familiares dos 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa no México desaparecidos desde de 26 de setembro de 2014 já saiu do México em caravana pela América Latina (Argentina, Uruguai e Brasil). Eles estarão no Rio de Janeiro nos dias 10, 11 e 12 de junho próximo em encontros com movimentos sociais, de favelas, indígenas, estudantis, de luta pela moradia, entre outros.

Nestas semanas que antecedem à chegada da delegação à cidade estão acontecendo encontros preparatórios em diversos locais para o reconhecimento desta causa e a importância desta luta para os movimentos sociais em toda a América Latina. A solidariedade aos 43 de Ayotzinapa também têm ganhado adesões em todo o mundo.

Na noite do dia 26 de setembro de 2014 policiais municipais fardados e em traje civil da cidade de Iguala (estado de Guerrero) atacaram a tiros covardemente aos estudantes da Normal Rural de Ayotzinapa, que se encontravam nesse dia na cidade de Iguala, fazendo uma coleta de recursos entre a população local para a manutenção da sua escola e para assistir a marcha nacional contra o esquecimento da matança dos estudantes de 1968, a realizar-se no dia 2 de outubro na cidade do México. Eles pegaram cinco ônibus para assistir à passeata na cidade, mas três foram na direção errada. Os estudantes desses ônibus desceram para perguntar sobre a saída correta e então ocorreu o primeiro ataque. Várias pessoas começaram a correr e apesar da rua estar cheia de gente, não houve feridos. Os estudantes jogaram pedras e afugentaram as viaturas. Depois, esses três ônibus conseguiram continuar na direção certa, porém, o segundo ataque ocorreu algumas ruas antes de eles pegarem o caminho que levava à Cidade do México e foi ali que levaram alguns dos 43 desaparecidos.

Os normalistas, que viajavam nos outros dois ônibus, chegaram a cidade de Iguala onde receberam o pedido de socorro de companheiros. Os estudantes chamaram a imprensa local, mas nesse momento outro comando abriu fogo contra eles a distância deixando vários feridos e dois estudantes mortos. Os atacantes pararam para recarregar e foi essa a oportunidade que os estudantes tiveram para correr.

Nessa noite um ônibus de jogadores de futebol também foi atacado por engano dos policiais. Ali morreram mais três pessoas. Ao fim dessa noite, havia seis mortos, 29 feridos por arma de fogo e 43 desaparecidos.

Os estudantes sofreram quatro ataques durante a noite de 26 de setembro e a madrugada do dia 27.

Na manhã do dia 27 de setembro, o corpo de Julio Cesar Mondragón, o terceiro estudante assassinado, foi encontrado nas imediações com o rosto destruído, sem um dos globos oculares e a calça enrolada até a debaixo dos glúteos. Não tinha marcas de tiro, morreu por fratura do crânio segundo a autópsia.

A resposta tardia do governo federal (oito dias após o ataque) seguiu a linha de pesquisa da colusão entre crime organizado e o governo da cidade de Iguala. O prefeito de Iguala e sua mulher, irmã de narcotraficantes da quadrilha Guerrero Unidos (grupo criminoso que atua no estado de Guerrero desde 2000), foram apontados pelas autoridades como os principais responsáveis pelo ataque e desaparecimento dos estudantes e detidos.

Segundo a investigação oficial, os estudantes foram executados e incinerados num aterro sanitário e suas cinzas foram jogadas num rio perto dessa cidade. Aponta para a existência de infiltrados do crime organizado entre os estudantes. Identifica apenas os restos de um dos estudantes, com ajuda de um laboratório especializado da Áustria.

O governo mexicano apresenta o acontecido em Iguala como mais uma atrocidade do crime organizado e, segundo as autoridades, era de seu desconhecimento o vínculo entre as quadrilhas criminosas e as autoridades estatais. Porém já se tinha registro de uma denúncia ao prefeito por assassinar um ativista, amigo dos normalistas.

Com isto, fica claro que as autoridades federais estão tentando se desvincular de qualquer responsabilidade do Estado mexicano e às forças armadas, além de negar o contexto geral da impunidade nos crimes e de apagar a violência de Estado que a população mexicana sofre há duas décadas. Contudo, para a população mexicana fica evidente que a brutalidade cometida contra os estudantes normalistas é um crime de Estado, e que trata-se do desaparecimento forçado dos estudantes. A comunidade internacional pelos direitos humanos, bem como jornalistas independentes, têm apresentado fortes indícios que a Polícia Federal estava monitorando aos estudantes desde o momento em que eles saíram da Escola Normal Rural e que as forças de segurança, assim como o Exército, participaram no ataque aos estudantes. Doze vídeos e várias testemunhas contradizem a versão oficial dos fatos. Pesquisadores(as) têm questionado a possibilidade da incineração total dos corpos em um ambiente aberto como o aterro sanitário. Além disso, há indícios de tortura nos detidos e da intervenção do Exército e não têm sido apontados culpáveis pelo assassinato dos três estudantes na noite do dia 26 de setembro.

O governo se nega a reconhecer a responsabilidade das forças policiais públicas na ação e a grande mídia do país reforça a versão dos fatos oficiais, dando por mortos os 43 estudantes desaparecidos de forma forçada. De fato, este já foi reconhecido como um caso de “Desaparecimento forçado” pelo grupo interdisciplinar de expertas/os da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que, desde o dia 19 de março, solicitaram ao Estado mexicano que pesquise o caso dos normalistas de Ayotzinapa como um claro caso deste tipo.

Fonte: http://caravana43sudamerica.org/acervo/

O caso encontra similaridades em relação a outras situações de violência de estado no Brasil, no relatório sobre conflitos no campo de 2014 da CPT, na emergência de casos de desaparecimento como o de Amarildo na Rocinha, do assassinato/extermínio contra a juventude negra nas favelas, entre outros conflitos que marcam o atual contexto do desenvolvimento capitalista no Brasil e na América Latina.

Nos casos de criminalização dos movimentos sociais, de estudantes, professores e professoras, no processo contra 23 ativistas pelos protestos contra a Copa, como no caso da prisão de Rafael Braga Vieira em 20 de junho de 2013. Além disso, há os casos de remoção/urbanização e infraestrutura-estrutura logística do PAC, IIRSA, entre outros, para o desenvolvimento capitalista.

Neste cenário em que a regra é a exceção, insurgem perspectivas autonomistas de retomada e autodemarcação de territórios, e autoafirmação indígena em situação de resistência à urbanização, de pluriversidade e interculturalidade como formas de resistência, organização e autodefesa dos movimentos sociais.

Realização

Resistência da Aldeia Maracanã – Pluriversidade Intercultural dos Povos do Maraká’nà

Centro de Etnoconhecimento Socioambiental Cauyré – CESAC

Laboratório de Movimentos Sociais e Territorialidades – LEMTO/Instituto de Geografia da UFF

ADUFF – Associação dos Docentes de UFF – Comando de Greve (a confirmar)

Ação Direta em Educação Popular – ADEP

Coletivo Geni

Grupo de Educação Popular – GEP / Plenária dxs Educadores Perseguidxs Políticxs

FENEA – Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura

MPC – Movimento Popular Combativo

TaCAP – Tamoios Coletivo de Assessoria Popular

Rede de Coletivos por Ayotzinapa

*Pré-Encontro de Resistência Anti-capitalista/Descolonial dos Povos do Maraká’nà Pelo Retorno com Vida dos 43 de Ayotzinapa, pela Liberdade Irrestrita dos(as) 23 perseguidos(as) pelos Protestos contra a Copa e Contra a Violência de Estado nas Favelas do Rio de Janeiro, Territórios Indígenas e contra os Povos Historicamente Minorizados, Oprimidos em todo o Brasil e na América Latina

Postado originalmente em Mídia Independente Coletiva (MIC)

(Recife) 3ª Jornada de Pedagogia Libertária

A Rede de Informações Anarquistas apoia e compartilha a 3ª Jornada de Pedagogia Libertária, organizada pelo coletivo de agitação e propaganda anarquista Difusão Libertária, a ser realizada em Recife, Pernambuco, entre os dias 13 a 16 de outubro. Nesse sentido, convidamos nossas leitoras e leitores a participar dessa iniciativa, uma experiência de divulgação das práticas e estudos sobre a educação anarquista. Mais informações podem ser encontradas no blog do evento.

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3ª Jornada de Pedagogia Libertária

As Jornadas de Pedagogia Libertária representam o resultado de um esforço que há muito vem sendo gestado pelo Difusão Libertária, e tem como principal objetivo, colaborar para “abrir caminho” à uma abordagem libertária da discussão e da prática em educação.

É  um espaço para facilitar o contato com experiências já realizadas, extintas ou em andamento, bem como engajar-se em iniciativas de educação fora de todo condicionamento dominador das pessoas e grupos sociais; alimentando possíveis condições diretas de desenvolvimento de práticas de educação libertária.

Este ano, o tema provocador é: Anarquismo e Educação Integral. E a partir desta edição, a Jornada será organizada com base em 5 eixos temáticos permanentes, para os quais xs participantes poderão submeter seus trabalhos, a saber:

– Autogestão Pedagógica

– História da Educação Anarquista e da Pedagogia Libertária

– Anarquismo, Gênero e Educação

– Educação Anarquista, Ciência e Sociedade

– Prática Educativa, Sindicalismo e Luta Social


Datas importantes

– Data da 2ª Jornada – 13 a 16 de outubro de 2015
– Data limite para envio dos resumos – 31 de julho 2015
– Comunicação da aceitação – 15 de agosto 2015
– Data limite para a submissão do texto completo – 15 de setembro de 2015 (O não cumprimento deste prazo limite implica a não inclusão do texto na edição impressa da memória)

(Rio de Janeiro) Viabilize a 3ª edição do Jornal Reorganise

A Rede de Informações Anarquistas compartilha e apoia a campanha de solidariedade para a impressão da 3ª edição do Jornal Reorganise, um periódico libertário, autônomo e pela luta antimanicomial situada na ocupação Hotel da Loucura, no Insituto Municipal Nise da Silveira, e que tem como um dos parceiros o pessoal do coletivo Ação Imediata Anarquista (AIA). O evento da campanha pode ser acessado aqui. Vamos colaborar!

Campanha "Viabilize a 3ª edição do Jornal Reorganise"
Campanha “Viabilize a 3ª edição do Jornal Reorganise”

CONVOCAÇÃO DE SOLIDARIEDADE

O Reorganise é um jornal libertário, autônomo e pela luta antimanicomial radicado no Hotel da Loucura, ocupação artística localizada no Instituto Municipal Nise da Silveira.

Nosso trabalho é autogestionado e independente e hoje estamos correndo contra o tempo para colocar na rua nossa 3ª edição, que traz como editorial a Resistência Negra.

Não é à toa. Nós, negros, não temos muito o que comemorar no 13 de maio. O cativeiro não acabou com a Lei Áurea. Dos navios negreiros, passando pelas senzalas, cortiços e favelas, até os trabalhos forçados, humilhações e o cárcere manicomial de nossa realidade presente, sofremos na pele o pérfido controle social de uma sociedade racista e eugenista.

A potência de nossa negritude encarcerada nos “hospícios de terceiro mundo” está impressa nessas páginas.

O jornal está pronto, mas precisamos de toda ajuda e colaboração possível para botá-lo na rua!

Temos até o dia 20 de maio para pagarmos os custos dos serviços gráficos e podermos lançar o jornal durante a Mostra Independente de Arte Negra AFRONTAMENTO, que será realizada no dia 23.

Para mandar sua colaboração, envie uma mensagem para a nossa página ou um e-mail para reorganise[arroba]riseup.net


Leia o histórico da campanha:

  | 30/04 |

Olá, compas!

Hoje completam 13 dias que iniciamos a campanha pra 3a edição!

Bom, pra atualizar a situação:
Recebemos R$ 50,00 de doação e o pouco que conseguimos com vendas de artesanato e sanduíches estão sendo usados para alimentação e custeio das pessoas que integram o impresso.

Portanto, temos hoje um caixa de R$250,00. Nos faltam R$610,00 pra imprimir o editorial sobre NEGRITUDE!

Estipulamos com a gráfica um novo prazo de pagamento até o dia 5 do próximo mês.

Se você acredita na luta autônoma, na luta antimanicomial, na revolução (contra)cultural e pode ajudar, entre em contato conosco!

Estamos disponibilizando uma conta em banco, mas achamos incrível quando as pessoas vem conhecer de perto nosso trabalho.

A gente não pretende desistir!

Ajudem a compartilhar, somem com a mídia livre!

Abraços libertários

– A REDAÇÃO

  | 17/04 |

Março e Abril passaram como um furacão na redação de nosso jornal. Nosso último editorial nos contemplou em nossas vivências de forma contundente. As dificuldades de moradia e de espaços de formação livre são barreiras que desfragmentam a saúde (incluindo a mental), a produtividade e o crescimento dos indivíduos.

É impossível tratar das injustiças quanto ao acesso às necessidades básicas sem priorizar as vozes negras. São essas vozes as protagonistas da luta contra o peso esmagador e vertical do Estado, o sistema capitalista e sua elite branca.

Nesse momento estamos na construção de nossa 3a edição, que traz como editorial a Resistência Negra. Nossa proposta é fazer o lançamento do “Sarau da Redação” juntamente com o do impresso, no Hospital Psiquiátrico Pedro II, o Nise da Silveira.

Cabe lembrar que as construções das pautas, da elaboração dos textos e organização desse editorial e evento foram feitas exclusivamente pelas pessoas negras envolvidas com o Jornal (Re)orgaNISE.

A mídia popular, as pessoas negras artistas, trabalhadoras, estudantes, mulheres, encarceradas, marginalizadas querem falar sobre racismo, identidade e cultura. Querem falar sobre Eduardo e o morro do Alemão e as famílias desabrigadas acampadas na Cinelândia. Querem falar sobre Amaury e Mirian, arte-cientistas do Hotel e Spa da Loucura.

Planejamos um prazo louco de 5 dias para finalizar a edição e juntar o valor necessário para impressão. O valor da gráfica, como tudo na cidade infernal das Olímpiadas 2016, aumentou. Gastaremos agora R$ 860,00 (já com valor do frete) somente com a gráfica. Distribuimos a maior parte do jornal e nosso caixa atual é de R$ 200,00.

O que propomos mais uma vez é uma campanha de arrecadação. Envolvidos atualmente em um novo projeto de ocupação(!), não conseguiremos produzir com nossas vendas o valor total dos R$ 660,00 que faltam.

Nossa convocação é pra chamar as visitas, participações, novos integrantes e colaboradores pra construção de uma Universidade Popular. E o pedido de grana é praqueles que podem e sentem que devem contribuir com a nossa iniciativa.

Disponibilizamos uma conta bancária, para ter acesso é só você nos mandar uma mensagem nessa página, ou enviar e-mail para reorganise[arroba]riseup.net

Pode também compartilhar a campanha e espalhar a mutualidade por aí!

A metodologia da loucura está impressa na história! Vem com nós!

– A REDAÇÃO

(Poesia) Ode Valente Para Duas ou Mais Vozes

Por Vinícius Soh

Respeito as distâncias
Como quem se benze ao sinal
De cemitérios
De Igreja

Não peço benção
Não sou a única voz do coral
Nem pretendo ser só um
Nem pretendo ser a sua
Veja

Calo-me às vezes
Menos porque tenho nada a dizer
Mais porque aprendi escutar
Quem devo escutar
E ouço.
Também me calo se quem fala é o mar
Devido a eloquência:

Aprendi
Que tanto o grito
Quanto o sussurro
Causam rouquidão
Que seja o primeiro
Paciência

“Saiba quem é nosso inimigo
Por vocação –
Ganhe tua vida
Abrindo janelas”

Caibo
Se não coubesse coragem
Que seria feito devera?
Quantos receios? Quantos aparos?
Eu caibo em mim
Que o resto se ajeite pro lado

Sorrio
Conforme o voo te avisto
Acenando verdade
Entre as nuvens no espaço
Adquirir um vício
Que nos liberta
Convém

Concluí
Que a gravidade
É só a Terra
Nos chamando pro abraço
Amém

mais poesia, menos polícia
mais poesia, menos polícia