(Reflexão) Nós somos todxs e todxs somos nós!

Não somos de partidos, tão pouco um partido
Não somos aquelas ou aqueles que querem estar por cima
Tão pouco estar com os cima.

Não flertamos com a verticalidade, hierarquias ou com aqueles que querem o poder
Temos nojo dos que querem falar pelo povo
E dos que querem sentar na cadeira das câmaras legislativas.

Nós somos aquelas e aqueles que sentam no chão, nas sarjetas, nas esquinas e nos meios fios da vida.

Nós somos todxs e todxs somos nós!

Não queremos os livros de história, não queremos que contem a nossa trajetória
A nossa história é a rua, é a favela, a periferia e o subúrbio
Nossa história é o pé descalço do futebol no chão de paralelepípedo
E a amarelinha rabiscada em algum dia de domingo

Nossa história é a luta!

Não usaremos nossas câmeras em apoio aos engravatados
Não teceremos uma linha sequer em solidariedade aos que anseiam pelo poder
Não compraremos o discurso dos que acreditam no Estado
Não estaremos ao lado dos que querem essa democracia torpe, daqueles que querem o seu voto!

Porque nós somos a dose de cachaça e o bocado de feijão frio da marmita
Somos o suspiro cansado e o sorriso de mais um dia da labuta vencida

E aos que se dizem a favor do povo e se juntam com aqueles que querem mandar no povo deixamos o recado:
Quando as barricadas estiverem erguidas e a luta se tornar fogo saberemos o que vocês fizeram e a quem se aliaram!

Porque nos estamos ombro à ombro com o povo, pois nós também somos o povo!

D.

anarchy-009

 

(Poesia) Estado Vigilância

Estado vigilância que não te deixa ir dormir
Estado vigilância que não te deixa ir e vir
Estado vigilância aqui ou ali
Estado vigilância ele quer nos ferir!

Estado vigilância sabe sempre aonde ir
Estado vigilância não há liberdade de sentir
Estado vigilância das antenas de TV
Estado vigilância ele quer controlar você!

Estado vigilância nas favelas, nas esquinas
Estado vigilância que comanda as chacinas
Estado vigilância da medida do país
Estado vigilância ele quer te reprimir.

Estado vigilância nas carteiras das escolas
Estado vigilância a qualquer dia, a qualquer hora
Estado vigilância da censura programada
Estado vigilância dos bandidos que usam farda

Estado vigilância do corpo da mulher
Estado vigilância da maneira que ele quer
Estado vigilância da rotina de trabalho
Estado vigilância ele te quer silenciado!

Estado vigilância legitima o patriarcado
Estado vigilância bate em preto, pobre e favelado
Estado vigilância da senzala ao capitão do mato
Estado vigilância dos fascistas engravatados!

Estado vigilância do discurso sectário
Estado vigilância do latifúndio e morte dos povos originários
Estado vigilância do sangue negro de Zumbi
De Dandara à Espertirina
E tem como Tiradentes o seu grande mártir.

D.

12218316_10153280161571973_893038308_o

D.