Tag Archives: Comunicado

(Cuba) 3ª Jornada Primavera Libertaria de La Habana | 7 a 12 de maio de 2016

3ra-jornada-primavera-libertaria-de-la-habana-2016

CONVOCATÓRIA:

A “normalização” que vive Cuba é uma gestão de futuro.

Esta vem com uma carga “rejuvenescida” de problemas que marcam nosso passado e presente.

São problemas de uma sociedade intervida pelo Estado e pelo salário, com suas instituições, sua sede e sua moral, que seguem sendo muito úteis para gerir a “atualização” do capitalismo estatal cubano.

Em meio dessa deriva, que trata de clonar a sua imagem e semelhança, tem germinado as Jornadas Primavera Libertaria de La Habana. Jornadas que intentam fomentar formas de criar realidades sem ganância:

Modos antiautoritários de interpelação e interpretação do que se passa dentro e fora de Cuba, maneiras de gerir nossas convivências, o diálogo aberto e a responsabilidade pessoal: fatores frágeis, mas que possibilitam, aqui e agora, relações, moralidades e imaginários distintos aos dominadores do sistema-mundo.

As Jornadas são políticas e anti-políticas, sociais e anti-sociais, e decididamente vai contra todo economicismo. Aspiram entrar em contato com todo fator antiautoritário – local ou planetário -, e com praxis anarquistas nos espaços de antagonismo da sociedade cubana.

Com essa declaração damos por iniciado o processo de convocatória a III Jornada Primavera Libertaria de La Habana, a efetuar-se nos dias de 7 a 12 de maio de 2016. A quem pude se interessar, dirija-se ao e-mail primaveralibre[a]riseup.net.

Saúde!

Taller Libertario Alfredo López
Locación Cristo Salvador

(Itanhaém) Comunicado do Semente Negra: sobre o seu fechamento e continuidade

Hoje foi o último dia que passamos por este lugar, a Semente Negra. Retiramos todas as nossas coisas e durante todo o processo de desmontagem do lugar fomos lembrando dos dias que passamos aqui, com pessoas incríveis, os animais que ali habitam, bandas, conversas, atividades e oficinas que nos fazem acreditar que um mundo novo sempre está germinando em algum lugar. É difícil você olhar pela janela da casa da Semente Negra e não se sentir bem, é um lugar mágico e encantador, cheio de possibilidades, mas infelizmente tivemos que sair de lá.

A razão? Perdemos! Perdemos mais uma vez para o “desenvolvimento”, para a sociedade de controle. O proprietário vai alugar para uma TORRE DE 30 METROS DE ALTURA, uma torre de televisão e antenas wi-fi para uma comunicação instantânea, para tentar nos impedir de viver como estávamos fazendo ali naquele lugar e manter as pessoas olhando através do espelho negro e vivendo um mundo virtual.

Nós sempre abrimos nossas casas para construir espaços autônomos, sempre sonhávamos em construir, pelo menos ali, relações mais verdadeiras, com troca, cooperação, apoio mútuo e fazer coisas que falam que nós nunca conseguiríamos fazer sozinhas. Tentamos com o Germinal, tentamos com o Espaço Impróprio e com eles também fomos esmagados pela cidade grande. Agora parece que fica um vazio quando pensamos que não temos nosso lugar, nosso espaço para vivenciar com pessoas reais, com conversas inspiradoras e musicas apaixonantes.

Esse vazio nos fez decidir que a Semente Negra será onde nós estivermos morando, queremos transformar nossa casa em um lugar em que podemos aprender, ensinar, trocar, fazer música, dançar, rir, chorar e acima de tudo construir um mundo mais livre, mais vivo, com respeito com as pessoas, os animais e com o Mundo. Que a gente consiga germinar a semente negra em cada lugar que a gente morar, que a cada semente plantada nasça uma resistência. Cultivar resistência é o nosso objetivo e a partir de agora estaremos levando sementes negras onde quer que nós estivermos.

E agora te fazemos um convite, nosso primeiro evento será o No Gods No Masters Fest, que será dias 23 e 24 de janeiro, daqui a duas semanas. Não será a inauguração da Semente Negra, pois ela já foi inaugurada em 2013, mas será o ínicio de um novo ciclo… Porque a resistência não pode parar…. Aceita? Entra lá: http://nogods-nomasters.com/fest.

Cultive Resistência
http://cultiveresistencia.org
http://cultiveresistencia.org/sementenegra

sementenegra sementenegra1 sementenegra2

Nota da R.I.A sobre as recentes questões políticas da mobilização contra o aumento das passagens no Rio de Janeiro

É com desalento que nós, enquanto rede midiativista livre e autônoma, vemos e vivenciamos as disputas egoicas que se desenrolam no campo político do Rio de Janeiro. Mesmo com a experiência das revoltas de 2013, onde tornou-se claro que somente a pressão popular nas ruas pode ser capaz de modificar nossa realidade, o que percebemos é a insistência de algumas organizações em se afirmarem como a voz máxima de um povo que mal sabe que as mesmas existem. O século XIX já se foi e aos poucos algumas nuances do passado vão se desvanecendo e dando espaço para novas formas de pensar, agir e, sobretudo, lutar. Afinal, é a luta política cotidiana por uma sociedade justa e livre que nos mantém vivas e vivos, a luta sem os ismos, em especial os ismos fora do lugar, importados de outros tempos e de outras realidades alheios ao contexto local de opressões. Reivindicamos, assim, a busca por uma construção coletiva da liberdade e não um direcionamento a ela, a luta que cada vez mais nos desapega de toda inércia social e que prossegue junto com os de baixo, porque somos os de baixo.

Mas é com prazer que ainda sentimos o ímpeto libertário batendo em nosso peito (e como bate!), suas utopias seguem alimentando corações que já não suportam mais os fracassos das políticas sectárias e do vanguardismo que busca medir quem entre nós é o mais e o menos revolucionário, o que os tornam cegos para as resistências efetivas que tomam lugar cotidianamente nas favelas, nas periferias e nas ruas de nossa sociedade. Cada vez mais essas organizações se distanciam da população, de quem vive na pele o dia-a-dia da exploração assalariada e da prisão social. Precisamos de uma nova arte para pessoas reais, e não insistir em seres fictícios que o imaginário vanguardista julga existir.

É nesse sentido que entendemos o midiativismo como ferramenta de potencialização de quem é silenciada e silenciado, de todas as pessoas cuja fala é abafada; entendemos o midiativismo como ferramenta de construção da liberdade, onde o indivíduo libertário se faz a partir de suas próprias escolhas e não como forma de condução das massas.

Repudiamos toda forma de verticalidade, toda forma de protagonismo vanguardista; repudiamos partidos políticos e seus métodos centralizadores; repudiamos o uso da mídia como forma de manipulação política, o desrespeito ideológico que reproduz formas sectárias que são análogas ao próprio modo de agir do capital; repudiamos o Capitalismo e o Estado, a perseguição política e a criminalização da pobreza, entendendo que a última é um dos grandes males sociais das últimas décadas, condição imperativa que nos inclina de coração e mente abertas a cada dia mais nos sacrificar pela luta libertária e libertadora.

Vemos com enorme tristeza alguns coletivos compactuando e reproduzindo calúnias infundadas contra movimentos que tocam importantes lutas populares, no caso, o Movimento Passe Livre do Rio de Janeiro, calúnias essas fabricadas pelas organizações sectárias e vanguardistas que denunciamos anteriormente. O espanto é perceber que a difamação do MPL-Rio segue lógica similar à forma como a mídia burguesa opera para desmobilizar e criminalizar as lutas populares. Pensam eles estar combatendo o governismo que se infiltra nos espaços de mobilização libertária, mas ao invés de boicotar essa invasão com base na construção organizacional autônoma e no debate político, preferem berrar aos microfones autoritarismos que pedem pela expulsão agressiva de pessoas em espaços que se pretendem abertos.

Lembramos que no I Encontro contra o Aumento da Passagem, alguns homens membros dessas organizações vanguardistas vociferaram agressivamente contra uma pessoa que, apesar de ser afiliada a um partido governista, era mulher. Não nos espanta o machismo contido nas ações de militantes que reproduzem práticas autoritárias. O agravante é que no raiar do dia, o papel do governismo de se infiltrar nas lutas populares com o intuito de desmobilizá-las acaba sendo efetuado por esses supostos revolucionários quando estes decidem caluniar e difamar aqueles com quem eles deveriam estar marchando ombro-a-ombro. Não bastasse a cooptação partidária, a criminalização política e a perseguição midiática, ainda temos que lidar com fogo amigo.

Estamos aqui para contribuir, criar e construir a descentralização dos meios de comunicação e informação para uma sociedade livre e para a autogestão socioeconômica. Priorizamos métodos que contemplem quem não é ouvido, não excluindo qualquer pessoa por divergências ideológicas, mas sim trabalhando de maneira fraternal, horizontal e mútua, desde que respeitadas os princípios básicos da luta libertária.

No mais, esperamos nos vermos nas ruas, junto à população. Nosso inimigo está do outro lado das barricadas!

p1060575            “A las barricadas! A las barricadas!”

Comunicado sobre campanha da semana Internacional de Libertação de Presos Políticos

Comunicamos a tod@s que a RIA é solidária a todos eventos que trabalhem por uma sociedade sem grades, pelo fim da criminalização da pobreza, dos movimentos sociais, populares, sindical e o fim da perseguição política.

Informamos que a RIA não realizou chamado para a campanha intitulada Libertação dos Presos Políticos. Este chamado fora publicado pela Internacional das Federações Anarquistas e pela Internacional da Cruz Negra Anarquista e republicado em solidariedade a  iniciativa internacional da qual a RIA apoia.

A descentralização das atividades libertárias e anarquistas é um dos princípios que acreditamos e defendemos. Todo coletivo e indivíduo tem total autonomia para realizar seus eventos na semana “Internacional de libertação dos Presos Políticos.”