MULHERES CONTRA CUNHA
Milhares de mulheres marcharam pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (28/10) contra a ofensiva da bancada conservadora da Câmara dos Deputados, liderada por Eduardo Cunha, a seus direitos conquistados.
A concentração começou por volta das 14h em frente a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), onde tramita a “CPI do aborto”, destinada a estabelecer punições mais rígidas para mulheres e profissionais de saúde que realizarem esse procedimento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada 2 dias uma brasileira morre por aborto inseguro, um problema de saúde pública ligado à criminalização da interrupção da gravidez
Por volta das 17h, a marcha seguiu em direção à Cinelândia, passando pelo escritório do presidente da Câmera, Eduardo Cunha, o mesmo que já declarou que leis sobre a legalização do aborto só passariam “sobre seu cadáver”, sendo conivente assim com o cadáver de milhares de mulheres que morrem em decorrência de procedimentos clandestinos por conta da intransigência de um Estado autoritário que não se cansa de legislar sobre o direito ao corpo das pessoas. O protesto ficou marcado por frases como “machistas, fascistas, não passarão!”, “legaliza! o corpo é nosso, é nossa escolha, pela vida das mulheres!”, “pílula fica, Cunha sai”, “meu corpo, minhas regras”, entoadas tanto nos cantos quanto nos cartazes e faixas.
Ao chegar na Cinelândia, as mulheres e apoiadores, que somaram cerca de 4 mil manifestantes, tomaram a escadaria da Câmara Municipal e transformou a praça em um grande palco de intervenções artísticas com o intuito de denunciar o machismo presente tanto na sociedade quanto nas práticas do Estado brasileiro e conscientizar sobre o retrocesso que seria a aprovação do PL 5069-13, de autoria de Cunha, projeto de lei que dificulta o acesso de mulheres estupradas a procedimentos abortivos e que criminaliza quem ajudar uma mulher a abortar ilegalmente.
Segue mais fotos do ato: