RESUMO DOS FATOS OCORRIDOS NA DESOCUPAÇÃO SÃO JOÃO NO DIA 16 SETEMBRO DE 2014
No dia 16 de setembro de 2014 na cidade de São Paulo mais de 200 famílias da Ocupação São João, também conhecido como hotel Aquarius, na região central, na clássica esquina conhecida e imortalizada na música “Sampa” de Caetano Veloso, Av.Ipiranga com Av. São João foram desocupadas, cerceadas e arrancadas do local que chamavam de lar.
Mulheres grávidas, crianças, idosos e homens que viam a ocupação São João como um lar, hoje, pela mão repressora do Estado de São Paulo, a polícia militar, não tem um teto para passar essa noite.
Às 08h da manhã a PM foi até a ocupação cumprir o mandado de reintegração de pose, como era de se esperar houve resistência por parte dos ocupantes, barricadas foram feitas e os moradores se defendiam como podiam, defendiam o pouco que tinham na desesperada tentativa de reverter aquela situação de desocupação. Logo a PM reagiu usando de bombas de gás lacrimogênio e tiros de bala de borracha.
Por parte da polícia grande era o seu contingente, caminhões, veículos blindados e carros da tropa de choque, milhares de homens equipados de armaduras, escudos, armamentos letais e menos letais todo o aparato de “guerra” do Estado para desocupar pessoas simples, moradores que não tem um teto, crianças e idosos, seres humanos em busca de uma moradia.
Após a reação da PM, o confronto se espalhou por outras ruas da região central. Na Rua Barão de Itapetininga, nas proximidades da Praça da República, a PM disparou bombas de gás lacrimogênio para dispersar pessoas que resistiam.
Um ônibus foi incendiado na Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Theatro Municipal, por volta das 10h.
A confusão no Centro causou interdição no trânsito em várias vias do entorno. Às 13h, a Avenida São João seguia interditada. O bloqueio acontecia entre o Largo do Paissandu e a Avenida Ipiranga. No mesmo horário, a Rua Xavier de Toledo, junto à Avenida São Luís, a Avenida Rio Branco, próximo à Rua Aurora, e o Viaduto do Chá também apresentavam interrupções no tráfego de veículos.
Mais cedo, a Avenida São João precisou ser totalmente interditada na altura do cruzamento com a Avenida Ipiranga.
Por causa da reintegração, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegou a emitir um comunicado recomendando aos motoristas a evitarem trafegar pela região durante a manhã.
30 linhas de ônibus tiveram seus trajetos afetados pelo conflito após o incêndio a um coletivo. Os bloqueios no Centro resultaram em congestionamentos em outras importantes vias da cidade nesta manhã.
O balanço de tudo isso foi:
Mais de 200 famílias desocupadas, 70 pessaos foram levadas para a delegacia, 8 pessoas foram presas, e em torno de 9 pessoas feriadas dentre elas moradores e policiais, sonhos e esperanças jogadas no lixo mais uma vez pela ação torpe do Estado.
Esta foi a terceira vez em que a retirada dos ocupantes foi marcada. Nas outras duas datas – em julho e em agosto-, os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões disponíveis não era suficiente.
Para o movimento Frente de Luta por Moradia (FLM), a decisão do judiciário vai devolver o prédio “à especulação imobiliária, sem levar em conta o problema social.
“Aproximadamente 800 pessoas, crianças e idosos serão jogados na rua, sem uma solução definitiva”, disse o FLM em comunicado. Ainda segundo o movimento, cerca de 200 famílias ocupam o imóvel há seis meses.
Enfim
Mais uma vez presenciamos a forma que o Estado age, priorizando empresários e grandes corporações, estimulando a especulação imobiliária e todo o capital que gira em torno disso. Dessa maneira pessoas são esquecidas, direitos cerceados, sonhos desconsiderados, melhorias sociais deixadas de lado única e exclusivamente visando o dinheiro e todxs nós sabemos que a culpa disso é exclusivamente o capitalismo.
TODO APOIO E SOLIDARIEDADE AS FAMÍLIAS DA OCUPAÇÃO SÃO JOÃO!
#ocupacaosaojoao