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(Reflexão) Nós somos todxs e todxs somos nós!

Não somos de partidos, tão pouco um partido
Não somos aquelas ou aqueles que querem estar por cima
Tão pouco estar com os cima.

Não flertamos com a verticalidade, hierarquias ou com aqueles que querem o poder
Temos nojo dos que querem falar pelo povo
E dos que querem sentar na cadeira das câmaras legislativas.

Nós somos aquelas e aqueles que sentam no chão, nas sarjetas, nas esquinas e nos meios fios da vida.

Nós somos todxs e todxs somos nós!

Não queremos os livros de história, não queremos que contem a nossa trajetória
A nossa história é a rua, é a favela, a periferia e o subúrbio
Nossa história é o pé descalço do futebol no chão de paralelepípedo
E a amarelinha rabiscada em algum dia de domingo

Nossa história é a luta!

Não usaremos nossas câmeras em apoio aos engravatados
Não teceremos uma linha sequer em solidariedade aos que anseiam pelo poder
Não compraremos o discurso dos que acreditam no Estado
Não estaremos ao lado dos que querem essa democracia torpe, daqueles que querem o seu voto!

Porque nós somos a dose de cachaça e o bocado de feijão frio da marmita
Somos o suspiro cansado e o sorriso de mais um dia da labuta vencida

E aos que se dizem a favor do povo e se juntam com aqueles que querem mandar no povo deixamos o recado:
Quando as barricadas estiverem erguidas e a luta se tornar fogo saberemos o que vocês fizeram e a quem se aliaram!

Porque nos estamos ombro à ombro com o povo, pois nós também somos o povo!

D.

anarchy-009

 

(Poesia) Ode Valente Para Duas ou Mais Vozes

Por Vinícius Soh

Respeito as distâncias
Como quem se benze ao sinal
De cemitérios
De Igreja

Não peço benção
Não sou a única voz do coral
Nem pretendo ser só um
Nem pretendo ser a sua
Veja

Calo-me às vezes
Menos porque tenho nada a dizer
Mais porque aprendi escutar
Quem devo escutar
E ouço.
Também me calo se quem fala é o mar
Devido a eloquência:

Aprendi
Que tanto o grito
Quanto o sussurro
Causam rouquidão
Que seja o primeiro
Paciência

“Saiba quem é nosso inimigo
Por vocação –
Ganhe tua vida
Abrindo janelas”

Caibo
Se não coubesse coragem
Que seria feito devera?
Quantos receios? Quantos aparos?
Eu caibo em mim
Que o resto se ajeite pro lado

Sorrio
Conforme o voo te avisto
Acenando verdade
Entre as nuvens no espaço
Adquirir um vício
Que nos liberta
Convém

Concluí
Que a gravidade
É só a Terra
Nos chamando pro abraço
Amém

mais poesia, menos polícia
mais poesia, menos polícia